São José realiza projeto voltado à saúde mental em UBSs

A Prefeitura de São José dos Campos deu início à primeira fase do projeto “Cuidar de quem cuida”, voltado à promoção da saúde mental, do bem-estar e da qualidade de vida dos profissionais que atuam nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) Resolve.

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O objetivo é reconhecer a importância da dedicação diária de cada um, promovendo melhores condições de trabalho e um olhar especial para que todos se sintam apoiados e respeitados. Essa atenção reflete o compromisso em garantir que quem cuida das pessoas também receba o suporte que precisa no seu dia a dia.

A ação é realizada em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi, por meio do curso de Psicologia, e busca oferecer escuta ativa e estratégias para lidar com os desafios da rotina.

Nesta etapa, 40 estagiários participam em quatro UBSs: Jardim Paulista, Detroit, Jardim da Granja e Colonial. Eles estão divididos em dois eixos de atuação:

• Avaliação individual: aplicação de testes de ansiedade, depressão e engajamento, além de entrevistas e observações sobre o ambiente de trabalho.

• Oficinas coletivas: rodas de conversa e dinâmicas em grupo, estimulando a troca de experiências, a escuta e o apoio entre colegas.

As atividades são facultativas e acontecem entre os meses de setembro e novembro de 2025, sempre supervisionadas por profissionais da rede municipal e pelo time acadêmico da universidade.

PMSJC

Equipes e pacientes saudáveis

A iniciativa foi pensada para todos os trabalhadores das UBSs, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos, agentes comunitários, dentistas, recepcionistas e auxiliares.

Com esse acompanhamento, espera-se reduzir os níveis de estresse, fortalecer a motivação e melhorar o clima organizacional nas unidades. Além disso, quando necessário, os profissionais serão encaminhados para a rede de saúde mental da cidade.

Este cuidado reflete diretamente nos serviços oferecidos à população. Colaboradores mais motivados, engajados e emocionalmente saudáveis conseguem acolher melhor os pacientes, com empatia e resolutividade. O projeto, portanto, não beneficia apenas quem está na linha de frente, mas toda a comunidade que passa a ser atendida por equipes cada vez mais preparadas e conectadas com suas funções.

Formação e desenvolvimento

A iniciativa contribui ainda para a formação prática dos estudantes, que vivenciam a realidade do sistema público de saúde e aprendem a atuar em contextos institucionais.

Para Taysis Fiuza, preceptora do curso de psicologia da Anhembi Morumbi, o projeto representa uma oportunidade inédita tanto para alunos quanto para os funcionários das UBSs.

“É a primeira vez que estamos desenvolvendo um trabalho voltado diretamente para quem cuida. Para o colaborador, é fundamental ter esse espaço de olhar para si, de falar sobre o que sente, porque a saúde emocional muitas vezes é negligenciada. Diferente de uma fratura ou um corte, questões como ansiedade e depressão não são visíveis, mas afetam profundamente o bem-estar. Trazer isso à tona e ouvir essas demandas faz toda a diferença.”

Os alunos também compartilham da mesma visão. Para Bruno César de Sousa, de 39 anos, a experiência de estagiar em um ambiente público surpreendeu de forma positiva.

“Imaginávamos o estágio organizacional em empresas privadas, mas aqui encontramos algo muito maior. Tivemos uma recepção calorosa e já ficou claro que estão abertos a essa intervenção. Tenho certeza de que será um aprendizado enorme e que vai gerar bons resultados", afirmou.

Já Maura Lunardi, de 50 anos, reforça a relevância do estágio diante das dificuldades enfrentadas pelos servidores.

“Muitas vezes, esses profissionais recebem não só as demandas de saúde, mas também as frustrações e problemas que os pacientes trazem de casa. Isso mostra o quanto esse colaborador precisa de apoio emocional. Estar aqui é uma chance de agregar algo significativo para eles”, disse.

Aos 21 anos, Ana Cecília Faria Rios destaca a importância de conhecer de perto os desafios do sistema público.

“Estou animada para acompanhar essa etapa de levantamento de dados e, depois, participar das intervenções que vão realmente impactar o ambiente de trabalho desses profissionais.”