A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências de saúde internacionais rebateram nesta terça-feira (23) declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriram uma relação entre o uso de paracetamol (princípio ativo do Tylenol) durante a gravidez e o risco de autismo em crianças.
Na segunda-feira (22), Trump, ao lado do secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., afirmou que a agência reguladora norte-americana FDA emitiria uma notificação a médicos sobre um suposto aumento significativo do risco de autismo em gestantes que utilizassem o medicamento. Ele ressaltou que o uso só deveria ocorrer “quando clinicamente necessário”.
Posição da OMS e da EMA
O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, declarou em coletiva de imprensa em Genebra que as evidências sobre a associação entre o paracetamol e o autismo “continuam inconsistentes”.
“Isso é uma questão científica, e não deve ser colocada dessa forma”, disse.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também afirmou que não existem novos dados científicos que justifiquem mudanças nas orientações atuais de uso. Segundo o órgão, estudos disponíveis até hoje “não encontraram nenhuma ligação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o autismo”.
Reação da sociedade civil
No Brasil, a organização Autistas Brasil criticou as falas de Trump. Em nota, o vice-presidente da entidade, Arthur Ataide Ferreira Garcia, classificou o discurso como um “projeto político de apagamento das pessoas com deficiência”, associando-o a uma lógica eugenista.
“O autismo se torna um vilão a ser combatido, e pessoas autistas são reduzidas a sujeitos desumanizados numa cruzada moral em nome de uma sociedade ‘pura’ e homogênea”, disse Garcia.
A entidade reforçou que o aumento de diagnósticos de autismo nas últimas décadas está ligado ao maior acesso a avaliação e diagnóstico, especialmente em grupos historicamente invisibilizados, como mulheres e pessoas negras.
Fabricante contesta informações
A Kenvue, fabricante do Tylenol, também se manifestou. A empresa destacou que o paracetamol é amplamente considerado a opção mais segura de analgésico para gestantes e que não existem evidências confiáveis que associem o medicamento ao autismo.
“Mais de uma década de pesquisas rigorosas confirmam que não há vínculo entre o paracetamol e o autismo”, afirmou a empresa em comunicado.
A fabricante alertou ainda que restringir o uso pode expor gestantes a riscos maiores, como febres não tratadas, que podem ser prejudiciais tanto para a mãe quanto para o bebê.
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