Por Meon Em RMVale

Impacto da greve: batata sobe 185% e autopostos fecham na RMVale

Protesto dos caminhoneiros começa a mexer no bolso do consumidor

Carros form fila em posto de gasolina de São José dos Campos

Carros em fila para abastecimento em posto  da zona leste de São José, nesta quarta 

Reprodução/Ocorrências24h

Os consumidores da RMVale começam a sentir a greve dos caminhoneiros no bolso. Os preços de batata, hortaliças e frutas dispararam nesta quarta-feira (23) na região devido ao desabastecimento gerado pela greve dos caminhoneiros, que começou na última segunda-feira (21) em todo o país.

O protesto também está provocando o fechamendo de postos de combustível em várias cidades da região --os que ainda têm estoque estão racionando a venda de gasolina e álcool.

A batata e o tomate tiveram um aumento de 185% e 130%, respectivamente, no Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais) de São José dos Campos porque a maioria dos caminhões que fazem a entrega desses produtos não conseguiram chegar ao centro. O centro abastece principalmente os pequenos supermercados, feirantes e hortifrutis da região.

"Recebemos cerca de 50% dos produtos que deveríamos receber, por conta disso os preços subiram. O problema não está pior porque muitos caminhões que fazem a entrega na segunda-feira chegaram no domingo à noite, quando a paralisação não havia começado", disse Henrique Leonel Ribeiro, técnico do Ceagesp.

Segundo ele, o preço do saco com 50 quilos de batata que na semana passada custava cerca de R$ 70, nesta quarta-feira estava sendo vendido a R$ 200, em média. Já o preço da caixa com 22 quilos de tomate, que custava cerca de R$ 50, passou para R$ 130.

O Ceagesp recebe os alimentos três vezes por semana - às segundas, quartas e sextas-feiras.  "Ter oscilação de preço é normal, mas se a paralisação continuar por muito mais tempo pode faltar produtos", disse Henrique.

Comércio

Por conta do desabastecimento, os comerciantes começam a alterar a aumentar o preço de venda para os consumidores.

“A greve já esta nos afetando muito, não tem mais mercadoria e tivemos que alterar os preços como o da batata, tomate e cebola, produtos que estão em falta e agora estão caríssimos. São produtos que eu não posso estocar por que o giro do alimento é rápido, sem a mercadoria para comprar eu não consigo trabalhar”, disse o comerciante Marcos Linhares, que há 29 anos possui uma barraca de hortifrúti localizado no estacionamento do Shopping Esplanada, zona central de São José.

Os mercadinhos de bairro também já estão sofrendo com a greve. Segundo uma funcionária que não quis se identificar, do mercadinho Beira Rio, no Jardim das Indústrias, zona oeste de São José, disse que eles também não estão recebendo mercadorias.

“Ainda não alteramos o preço porque estamos sem mercadoria. O tomate, batata e outros produtos do tipo hortifrúti já estão acabando mas ainda não sabemos quais providências vamos tomar. Os outros produtos como arroz , feijão e produtos de limpeza, ainda temos em estoque”, confirma a funcionária.

Postos de gasolina

Motoristas da região que precisam comprar combustível estão sendo obrigados a fazer uma 'peregrinação' pela cidade em busca de um postos que ainda têm estoque nesta quarta-feira. 

No posto da Gruta, próximo à Via Dutra, na zona oeste de São José, uma fila com cerca de 80 carros aguardava atendimento, por volta das 10h15 desta quarta-feira. Para conseguir aatender todos os consumidores, o posto decidiu racionar a venda --cada motorista só pode comporar 15 litros.

“Não para de chegar motorista. Não temos mais estoque de combustível, os clientes têm que abastecer hoje ou não abastasse mais”, disse uma atendente do posto que preferiu não se identificar. 

No Posto Shell localizado na avenida Eduardo Cury, também na zona oeste de São José,  a gasolina comum e o etanol já acabaram e o estabelecimento informou que tem um pequeno estoque de etanol aditivado e gasolina aditivada.

“A greve tem uma proporção muito grande e não temos previsão de quando o combustível vai chegar ao posto. Só temos estoque para atender até as 11h”, contou uma frentista, que também pediu para não se identificada.

A mesma previsão tinha o Posto da Petrobras, do Shopping Vale, na zona sul de São José, que só tem em estoque a gasolina premium --o estoque de álcool e a gasolina comum acabaram na manhã desta quarta-feira.

“O posto está muito lotado, mas como a gasolina premium é mais cara o motorista não vai conseguir encher o tanque e talvez o nosso estoque dure um pouco mais”, afirmou a atendente do posto de combustível.

Em Taubaté, o posto de gasolina Petroval, na região central, não tem etanol desde a tarde de terça-feira (220 e não tem previsão de quanto tempo durará o estoque de gasolina 

Já no Auto Posto Líder, na Avenida Independência, tem estoque de gasolina, álcool e diesel, mas em pequena quantidade. O local está lotado e o atendente também não soube informar quanto tempo o estoque ainda vai durar.

Fila de carros no posto da Gruta, em São José dos Campos

Fila de carros no Posto da Gruta em São José dos Campos

Divulgação

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