Por Meon Em Opinião

Agricultura moderna e urbanização

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Uma pesquisa (Revista “Ecosystems”) realizada em 2010 na América do Norte, revelou que a biodiversidade de quase 5% do solo estava “sob risco de perda substancial ou completa extinção devido à modernização da agricultura e à urbanização desenfreada”. Essa foi provavelmente uma estimativa conservadora. Há numerosas ameaças à vida no solo. 

A agricultura moderna é uma das maiores, pois descaracteriza a terra da matéria orgânica que a alimenta, resseca o chão e o contamina com pesticidas, herbicidas e nitrogênio sintético. A impermeabilização em áreas urbanas também destrói o solo, bem como a poluição e as máquinas pesadas que trafegam nas vias públicas.

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Uma ameaça muito antiga, como a chuva ácida, continua afetando a vida subterrânea, pois deixa o solo mais ácido, sendo hoje um problema global. Grandes áreas no território brasileiro, o uso intensivo para lavouras e pastagens destrói a camada superior do solo e causam desertificação.As variações da temperatura poderão gerar ameaças à estrutura do solo.

A segurança alimentar é uma grande preocupação. As alterações de temperatura e umidade relativa do ar podem gerar impactos profundos, mudando a composição da vida no solo e os tipos de plantas que poderão crescer. Algumas culturas deverão gradualmente migrar para climas mais frios, mas outras podem não ser capazes de se adaptar em novos solos.

“O mundo acima do chão e o mundo abaixo dele estão muito estreitamente ligados”.Os pesquisadores também estão descobrindo que um ecossistema saudável no solo pode ajudar a sustentar as plantas naturalmente, sem insumos químicos. “Quanto maior é a diversidade do solo, menos doenças surgem nas plantas”. As plantas que crescem em terra saudável, evitam a proliferação de insetros e pragas. O que agricultores e jardineiros podem fazer para proteger seus solos? Recomenda-se não lavrar/arar a terra, deixando que a vegetação morta se decomponha, em vez de revolver o solo com o arado periódicamente. Evitar produtos químicos sintéticos é importante.

Agregar fertilizante de preferência natural, especialmente adubo procedente do insumo produzido por minhoca (húmus), que pode contribuir para fortalecer os ecossistemas da terra em cultivo.Na última década, os pesquisadores descobriram que a porção ocupada por terra no planeta é um dos quatro maiores reservatórios de biodiversidade, que contém quase um terço de todos os organismos vivos, mas apenas cerca de 1% dos seus micro-organismos já foi identificado.

“Há uma pululante organização embaixo do chão, uma fábrica com terra, animais e micróbios, cada um com seu próprio papel”, disse a bióloga e pesquisadora Diana Wall, da University of Colorado. O ecossistema do solo é altamente evoluído e sofisticado. Ele processa o lixo orgânico, transformando-o em terra fértil. Filtra e limpa grande parte da água que bebemos e do ar que respiramos, ao reter poeiras e agentes patogênicos. Desempenha importante papel na quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, pois, com toda a sua matéria orgânica, é o segundo maior depósito de carbono do planeta, só atrás dos oceanos. O uso de arados, a erosão e outros fatores liberam carbono na forma de CO2, favorecendo a mudança climática.

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