Por Meon Em Opinião

O poder público regional e a falta de avanço em sua comunicação

Os avanços da tecnologia nos permitiram promover mudanças profundas de comportamento, em especial de consumo de produtos e informações.  Diante desse novo cenário, muito tem se discutido sobre a melhor forma de nos utilizarmos das novas tecnologias e dessa nova realidade digital a nosso favor.

Nos mais diversos segmentos, temos acompanhado grandes revoluções e evoluções, menos em um: o das Secretarias de Comunicação das prefeituras e dos setores de Comunicação das Câmara Municipais. Claro que não em sua totalidade, há bons exemplos de trabalhos bem feitos e dentro de uma nova realidade a qual as formas de comunicação foram alçadas com o advento da internet e, principalmente, das redes sociais. 

No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Ainda há muita Secretaria de Comunicação e Setor de Comunicação que ainda acredita que o trabalho deles se resume a produzir releases e fotos. 

Há alguns fatores que contribuem para esta triste realidade. Entre elas, em muitos casos, falta de atualização dos secretários e diretores. Infelizmente, ainda há uma parcela significativa que não está atenta à necessidade de requalificação. 

E é importante deixar claro que ter um site e ter uma página oficial da prefeitura, ou da Câmara, no Facebook não é estar atualizado. Sites e redes sociais são apenas ferramentas. É importante entender que a forma de se consumir informação mudou e, por consequência, a forma de se produzir também precisa sofrer alterações. 

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Atender à imprensa e se comunicar com os cidadãos são desafios das secretarias

Arquivo/Meon


De nada adianta ter uma rede social como o Facebook e querer trabalhá-la da mesma forma que se faz com o rádio e com a TV. Rede social não é veículo de comunicação de massa, logo, sua forma de comunicar é diferente, é pautada no interesse do usuário e no relacionamento com ele.

No entanto, o que se observa, em grande maioria, é o uso de redes como Facebook e Instagram como depositários de informação, num processo de saturação do internauta com informações e conteúdos que não significam praticamente nada para ele. 

O princípio deveria ser o de ouvir sempre, entender os anseios, as necessidades e trabalhar as redes sociais como canais oficiais de contato entre o cidadão e o poder público.

Como a maioria não faz isso, o que se observa são conteúdos que estão lá, satisfazem o ego do prefeito, dos vereadores, mas não significam nada, não geram engajamento. Ou seja, essas páginas e sites, que poderiam servir de elo entre as partes, acabam sendo apenas um grande depósito, numa tentativa de justificar o esforço gasto em suas realizações.

Trabalhar com redes sociais no poder público significa entender e atender necessidades, anseios, promover diálogos que resultem em melhorias para a sociedade.

E a situação é tão simples e gera tantas oportunidades que acabam sendo perdidas. A razão é simples. Essas perdas ocorrem, muitas vezees, pela falta de preparo de muitos secretários ou dos próprios prefeitos e vereadores, que não entendem a ferramenta que possuem para ajudá-los a promover uma melhora na condição de vida da população, o que vai, ao fim, resultar em votos.

Claro que não vou culpar apenas os secretários. A culpa maior é da classe política, que continua, em grande maioria, relegando a comunicação a segundo plano.

Duvida? Então vá em 20 prefeituras da região do Vale do Paraíba, por exemplo, pessoalmente e veja em que condições os secretários trabalham. 

Geralmente, são salas pequenas, sem estrutura básica de trabalho, sem o número mínimo de profissionais capacitados para o que precisa ser feito. Ao mesmo tempo em que acredito que haja muito secretário que precisa se atualizar, entendo também que muitos, mesmo que se qualifiquem cada vez mais, continuarão sem condições de trabalho.

Isso é simples: boa parte dos agentes políticos, como já disse e vou repetir quantas vezes for necessário, não consegue entender a importância da comunicação para o seu mandato.

Um dia, tenho fé, eles vão entender que comunicação não é “achismo”, não é uma questão de gosto. É planejamento, é estrutura, é mão de obra qualificada, é comprometimento. 

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