Hoje o tema é polêmico, pois envolve não somente o tutor do animal, mas também a conduta do médico veterinário. Muito provavelmente você já ouviu falar sobre cirurgias estéticas de cães e gatos, mas de forma mais branda e lúdica. No entanto, pouco se fala sobre a verdade desses procedimentos que mesmo nos tempos atuais ainda ocorrem. Mas a que custo mutilar um animal vale a pena?
Um desses métodos é a Caudectomia. Trata de um procedimento realizado por muitos tutores que optam por cortar a cauda do animal apenas por entender ou achar que o bichinho fica esteticamente mais bonito com a cauda cortada. Muitas vezes esse procedimento é feito no nascimento do animal ou posterior a ele.
Quem nunca viu por exemplo, um poodle de cauda comprida e achou que era um cão sem raça definida (SRD) por ter o seu corpinho integro e sua cauda longa? Essa estética ultrapassa os limites do que é permitido fazer. Ou melhor, do que é necessário fazer.
Outra mutilação muito comum é a conchectomia. Essa prática é facilmente vista em cães da raça Pitbull que têm suas orelhas cortadas. O que muitos não sabem é que tal método não é permitido pelo Conselho de Medicina Veterinária (CMV) e pode levar a penalidades caso o profissional exerça tal conduta. Além de caracterizar crime ambiental, de acordo com as resoluções 1027/2013 e 877/2008 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
A nossa Constituição Federal veda também práticas que submetam os animais à crueldades (artigo 23, inciso VII; e artigo 225, § 1º e inciso VII) e o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998). Por isso, qualquer profissional ou pessoa que realiza esse tipo de cirurgia estética está cometendo crime ambiental e deverá responder civil e criminalmente. Ainda estará sujeito a processo ético-disciplinar, conforme prevê o Código de Ética e a resolução do CFMV de combate aos maus-tratos (1.236/2018).
Os tutores acham que essas pequenas lacerações não alteram a vida do seu pet quando na verdade elas causam danos físicos e comportamentais, muitas vezes afetando até o adestramento do animal, que acaba por ficar mais agressivo por ter sido submetido a uma intervenção cirúrgica sem necessidade.
Não muito longe dessas desastrosas intercorrências, ficam os donos de felinos que optam por realizar a onicectomia, que é a retirada das unhas. Unhas que os gatos precisam para realizar suas atividades do cotidiano. Muitos tutores optam por esse procedimento para que seus animais não arranhem seus móveis esquecendo que atualmente existem diversos tipos de arranhadores no mundo pet.
Mas até onde vai essa incoerência de cirurgias no mundo pet? Os humanos estão “estragando” o que é de mais belo nos animais, que são suas características e peculiaridades de cada raça.
Isso sem contar que estamos calando a voz deles. Com procedimentos de cordectomia - que é a retirada das suas cordas vocais. Imagina que os tutores não querem animais que possam expressar sua alegria e felicidade com seus latidos de contentamentos por terem visto seus donos chegarem. Optando por bichinhos sem expressão de afeto fazendo esse silêncio a eles.
Cabe a conscientização para dizer “Não a essas mutilações”. Denunciar profissionais que realizam essa postura antiética da medicina veterinária. Aproveite que você tem um pet e deixe ele ser pet! Animais merecem ser amados de modo único com todas as suas formas!
Meu Mundo Pet
Daniella Santucci -
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