Por Frank Koji Migiyama Em Opinião Atualizada em 06 JAN 2021 - 13H13

2020 é passado ou teremos uma repetição do que aconteceu em 2021?

Mesmo com a falta de clareza de quando superaremos a crise sanitária em sua plenitude, o mercado evoluiu com novos negócios, transformações e também fechamento

Finalizamos 2020 e tudo o que foi discutido no final de 2019 em termos de perspectivas e previsões discutidas pela maioria dos especialistas da área econômica no Brasil e no mundo, foi totalmente desmontada por um fato que a princípio a própria Organização Mundial da Saúde não viu a grandeza do impacto gerado no planeta Terra.

No final de 2019, a visão era de um otimismo moderado: com a aprovação da reforma da Previdência e as contas públicas caminhavam para um cenário mais favorável, inflação apesar de acima da meta, permanecia sob controle, permitindo que a taxa básica de juros alcançasse o menor patamar da história.

A pandemia da COVID-19 derrubou a economia global em 2020 e o Brasil não ficou imune: restrições impostas às atividades econômicas, forte queda na renda familiar, gerado pelo desemprego e paralisia no setor informal, bem como todo setor de serviços. De outro lado, a postergação dos investimentos e projetos abalaram também o coração da economia mundial.

O ponto crítico e ápice da crise, entre abril e maio, com os principais setores da economia entrando em queda livre. A princípio, a indústria foi mais prejudicada, pois somou uma redução brusca de demanda com a paralisação da produção.

Mas mesmo em épocas de crise e de guerra, alguém tira proveito da situação e cresce. Observamos neste cenário um grande vencedor: o Comércio Eletrônico que registrou altas recordes de faturamento de forma consistente, mês a mês e a adesão de novos clientes em ambiente digital.

Outro lado negativo da crise protagonizamos o setor de serviços que foi altamente afetado. Encontramos facilmente exemplos de desaceleração brutal nos bares, restaurantes, hotéis, companhias áreas, operadoras de viagens entre outras. Empresas como Decolar, CVC, Flytour, Latam, Avianca, entre outras, estiveram sobrevivendo por aparelhos.

O governo brasileiro fez medidas objetivando controlar a crise focando no incentivo do Consumo liberando centenas de milhões de reais na economia através do Auxílio Emergencial e a permissão do saque emergencial do FGTS, medidas tentando recompor as perdas da população no ano da epidemia. Estas medidas de incentivo mitigaram a queda de renda mas mesmo assim o índice de perda na massa efetiva de renda ficou em torno de 4,9%. Em síntese, esta ajuda contribuiu para aumentar a renda dos mais pobres. O que não foi bom é que houve procura excessiva por alimentos e a desvalorização cambial, fez aumentar em 67% os custos de produção industrial, trazendo uma velha companheira: A INFLAÇÃO.

Os analistas consultados pelo relatório FOCUS do Banco Central, estimam que o IPCA em 2020 irá estar acima do centro da meta. O IGPM tende a terminar 2020 com alta superior a 20%.

Falando do Mercado de Trabalho, de acordo o fechamento do 3º trimestre, o desemprego saltou para 14,6%, afetando 14,1 milhões de brasileiros, isto sem contar aqueles profissionais que não fazem parte da conta, pois migraram para economia informal.

Não podemos deixar de falar do principal indicador econômico, PIB – Produto Interno Bruto, que foi totalmente desfigurado no decorrer do ano de 2020. Se no final do ano de 2019, tínhamos uma previsão discreta de crescimento, ela foi totalmente dilacerada com a PANDEMIA. Em junho 2020, o FMI – Fundo Monetário Internacional, estimava uma queda de 9,1% o maior em 120 anos. Entretanto em novembro, com recuperação parcial da economia, importantes analistas revisam uma perda em torno de 4,5%.

O FMI por sua vez tem uma visão mais conservadora sobre Brasil, estimando queda de 5,8% ao lado de outros importantes centros econômicos.

Um fator relevante neste indicador são as Contas Públicas, originado principalmente para combater os efeitos da pandemia, onde os gastos federais já somam R$ 615 milhões, segundo o Tesouro Nacional. Resposta imediata do governo para garantir o alívio para empresas e trabalhadores que se viram de repente sem renda. A dívida bruta do setor público, que no final de 2019 estava em 75,8% do PIB (Produto Interno Bruto), superou a marca inédita de 90% em 2020, com tendência de alta diante da recuperação lenta da economia e diversos fatores de incertezas sobre combate a pandemia, eleição no congresso e reformas estruturais.

A pandemia afetou o rumo dos Investimentos no Brasil. Sem uma clareza de quando a crise sanitária vai ser plenamente superada, a maioria dos empresários postergaram qualquer tipo de plano de expansão em 2020.

E 2021?

Nesse cenário de paralização parcial dos negócios e retomada lenta, prevemos três ondas em cadeia no que se referem às reestruturações e transformações dos negócios. A primeira onda de reestruturações acomete empresas que já estão em recuperação judicial. Nessa perspectiva, essas empresas devem seguir buscando instrumentos financeiros, jurídicos, de melhoria de processos e de planejamento estratégico para manter o soerguimento de suas atividades e não falirem mesmo sob o instrumento jurídico chamado recuperação judicial. A segunda, incluirá empresas que estão rodando, mas com profundas dificuldades financeiras que precisam buscar ajuda para gerir crises operacionais, financeiras e comerciais. Caso contrário, em breve, buscarão o recurso da Recuperação Judicial. E a última onda, refere-se às transformações dos serviços e produtos que vimos serem implementadas em 2020 e que devem ter sua continuidade. E agora, com maior otimismo e retomada de investimentos e diminuição do risco Brasil.

Aos empresários, uma assessoria de gestão é crucial e avalia de forma técnica o que deve ser feito, seja num cenário de inovação, reestruturação e possível recuperação judicia. O que não pode acontecer, é demora para tomada de decisão de pedir ajuda. Santo de casa não faz milagre. O que faz com que o poder de manobra e as chances de melhores negociações diminuam drasticamente, dificultando assessoria de gestão interina necessária por exemplo, como a FKConsulting.PRO para buscar o soerguimento do negócio e impedir possível falência.

Vamos em frente em 2021 com muita saúde e resiliência!

Escrito por
Frank Kijo (Arquivo Pessoal)
Frank Koji Migiyama

Master Business Administration pela FGV. Engenheiro formado pelo IME - Instituto Militar de Engenharia. Possui certificações em Master Black Belt em Lean Six Sigma, Kaizen Specialist Japan. Conselheiro de administração pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Experiência de mais de 23 anos ocupando cargos de nível C (CEO/COO/CFO) nos setores industrial, varejo, aeronáutico, agronegócio, transporte, energia, terceiro setor e de consultoria. Professor convidado no programa LLM da CEU LAW - IESE SP.

Atuação em diversas empresas nacionais e multinacionais.

Atualmente é sócio fundador da empresa de consultoria empresarial FKConsulting.PRO, especializada em Turnaround, Reestruturação, Recuperação Judicial, Gestão Interina, Gestão Judicial, M&A, IPO e Inovação.

frank@fkconsulting.pro | www.fkconsulting.pro

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