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Dólar se firma em alta antes do carnaval, na contramão do exterior

A última sessão antes do carnaval, que manterá o mercado financeiro fechado até a tarde da Quarta-Feira de Cinzas, foi marcada por ajustes antes do intervalo. O dólar mostrou certa volatilidade mais cedo, nesta sexta-feira, 13, oscilando entre ganhos e perdas, mas à tarde se firmou em leve alta ante o real, com muitos players preferindo atravessar a folia comprados na moeda americana. Isso ocorreu na contramão do exterior, onde o dólar cedia ante a maior parte das divisas.

O dólar à vista negociado no balcão teve leve alta de 0,14%, aos R$ 2,8350. Foi a oitava sessão de ganhos considerando os últimos 11 dias úteis - desde que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deu a largada, em 30 de janeiro, na série mais recente de avanço do dólar, ao afirmar que não tem a intenção de manter o câmbio "artificialmente valorizado".

Na máxima de hoje, vista às 10h46, o dólar de balcão marcou R$ 2,8580 (+0,95%) e, na mínima, às 14h46, atingiu R$ 2,8210 (-0,35%). Da máxima para a mínima, a oscilação foi de -1,29%. No mercado futuro, que encerra apenas às 18 horas, o dólar para março subia no fim da tarde 0,34%, aos R$ 2,8445.

Pela manhã, o dólar à vista já traduzia certa cautela dos investidores antes do carnaval. Isso porque, apesar de segunda-feira também ser feriado nos EUA (Dia do Presidente), há uma série de fatores externos que poderão trazer pressão para Wall Street na terça-feira e na manhã de quarta e para a Europa em todos os dias. Entre eles, o andamento do cessar-fogo na Ucrânia e as negociações da Grécia com autoridades da zona do euro. Na dúvida, muitos players preferiram ficar posicionados na segurança do dólar.

Houve volatilidade, tanto que a moeda americana chegou a virar à tarde e renovar mínimas. Isso porque o viés principal no exterior era de baixa para o dólar ante as demais divisas de países exportadores de commodities ou emergentes. Além disso, o petróleo subia mais de 3% tanto em Londres quanto em Nova York, o que favorecia a busca por divisas mais arriscadas.

Só que o Brasil é um caso à parte. Como profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já previam, o recuo do dólar ontem foi apenas uma espécie de "tomada de fôlego" para novos avanços hoje. Ainda mais com o carnaval pela frente e com a desconfiança do mercado ante uma série de fatores internos - das dificuldades do Planalto na Câmara ao risco de racionamento de água e luz.

A moeda americana acabou se firmando em leve alta à tarde, apesar de no exterior o viés ser claramente negativo. Na segunda metade dos negócios, aliás, as mesas de operação já estavam mais vazias e o giro, menor. Perto das 16h30, o giro à vista era de US$ 995,4 milhões.

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