O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, descartou nesta quinta-feira, 07, a necessidade de novo empréstimo de socorro às distribuidoras de energia em 2014. Até julho, o Governo e bancos já emprestaram mais de R$ 17 bilhões para cobrir os déficits dessas empresas. De acordo com ele, caso as distribuidoras precisem de alguma quantia serão valores pequenos, "totalmente possível" de cada uma delas arcar com o próprio caixa.
"O grosso que é necessário até o final do ano é suficiente. Pode eventualmente precisar de um resíduo, mas isso é totalmente possível de cada distribuidora arcar", afirmou durante evento em São Paulo promovido pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) para lançar a campanha "A Energia da Democracia é Livre". Ele participou do evento como representante do governo Dilma.
O presidente da EPE também descartou a possibilidade de empréstimo às geradoras de energia. Isso porque, segundo ele, a situação é diferente. "No momento, não tem nada pensado para geradoras, porque a situação é um pouco diferente. Elas sabem que têm risco hidrológico, faz parte do negócio delas", explicou.
Tolmasquim afirmou ainda que o reajuste líquido de energia que as distribuidoras terão de aplicar ao consumidor para cobrir os empréstimos feitos neste ano ao Governo e aos bancos será de 2,6% em 2015; de 5,6% em 2016 e de 1,4% em 2017. De acordo com ele, em 2018, a receita das empresas deverá ser suficiente para que não seja preciso aumento do preço e pode ser que haja redução dos valores da energia.
Em 2015, ele explicou que o reajuste de 2,6% representa a diferença de aumento de 5,9% que as distribuidoras teriam de dar para cobrir o empréstimo, menos a redução de 3,3% referente às cotas de energia. Já em 2016, os 5,6% são resultado de 10,6% para cobrir empréstimos, menos 4,9% referentes às cotas. Ele não explicou o cálculo referente a 2017.
Tolmasquim classificou ainda como zero o risco de racionamento de energia em 2014 e afirmou ser "muito baixa" a possibilidade de isso acontecer no próximo ano. "A gente analisou as 81 séries hidrológicas que existem desde 1931 e apenas cinco delas apresentaram risco de chagar em 2015 com os reservatórios abaixo de 10%. Ou seja, um número muito baixo", explicou.
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