A derrota do governo na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado foi motivo de novos desentendimentos entre caciques do PSDB e do PMDB. Nesta quarta-feira, entretanto, o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), minimizou a questão e demonstrou incômodo com as declarações do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
"Não há como buscar uma responsabilização individual. O PSDB faltou com um voto, mas o PMDB também", afirmou. As declarações do senador vieram após uma troca de farpas entre o peemedebista Moreira Franco e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati.
Moreira disse que o PSDB gosta de alardear apoio às reformas, mas culpou o partido pelo voto contrário do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). Tasso, por sua vez, criticou o fato de o presidente Michel Temer viajar durante a votação. Segundo interlocutores de Jucá, o senador ficou incomodado com o comportamento de Moreira Franco, chegou a dizer que o ministro se equivocou e que a colocação atrapalha a relação com o PSDB.
Na terça-feira, durante a Comissão de Assuntos Sociais, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que Jucá se queixava de carregar o governo nas costas. "Jucá me confessou que está com lombalgia de esforço empurrando essa carreta sem roda no lamaçal da corrupção", disse, em tom de brincadeira.
Apesar da derrota e dos desentendimentos, Jucá tem contabilizado positivamente os votos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), próximo colegiado onde a reforma trabalhista será votada. Na avaliação do líder do governo, a vantagem da base sobre a oposição nesta comissão é maior e há poucas chances de mudanças de votos virarem o resultado final. A base contabiliza placar de 15 votos a 11 na CCJ.
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