Artista de Jacareí integra exposição de arte contemporânea na França

Com trajetória marcada por reflexões sobre território e pertencimento, a jovem artista Janaína Vieira, residente em Jacareí, representa o Vale do Paraíba com sua obra “Construção”, que integra a exposição “BAILE FUNK: um grito de liberdade”, do Museu de Arte do Rio (MAR), durante a 7ª edição do Festival Lille3000, na França, um dos principais eventos de arte contemporânea da Europa, com programação entre os dias 21 de junho e 21 de setembro de 2025.

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A exposição “BAILE FUNK: um grito de liberdade”, com curadoria da Equipe MAR em colaboração com Taísa Machado e Dom Filó, investiga a trajetória histórica, estética e política do funk carioca, destacando sua potência como linguagem cultural periférica, coreográfica e musical. A mostra é resultado de uma construção coletiva com consultores como Deize Tigrona, Celly IDD, Glau Tavares, GG Albuquerque, Marcelo B Groove, entre outros. Em 2025, a exposição ganha alcance internacional ao integrar a programação do Festival Lille3000, na Maison Folie Wazemmes, na cidade de Lille (França).

Entre as obras selecionadas para compor essa narrativa visual, “Construção” (2021–2022), de Janaína Vieira, se destaca como uma assemblage em técnica mista (31x26x20cm), que aborda a infância periférica com sensibilidade e crítica social. Inspirada por brinquedos de sua própria infância – como soldados de plástico e casinhas de madeira – a artista constrói um cenário que rememora e ressignifica memórias da primeira infância, ao mesmo tempo que tensiona a relação entre sonho, território e futuro. Segundo Ludmilla Fonseca, curadora da exposição “Nunca foi Sorte” (Central Galeria, 2022), a obra "Construção" reflete a pesquisa central de Janaína, que parte do cotidiano das periferias.

“A escolha de cada objeto carrega a ambivalência entre a liberdade imaginativa da infância e a imposição violenta do controle social”, disse Ludmilla.

Quem é a artista?

Janaína Vieira nasceu em 1997, em Macambira, Sergipe, e vive em Jacareí, desde sua primeira infância. Artista visual e arte-educadora, é graduada em Design Gráfico e desenvolve sua pesquisa a partir de temas como território, identidade, pertencimento e visibilidade social. Seu trabalho atravessa linguagens como escultura, colagem, fotografia, arte digital/analógica e muralismo.

Ao longo dos últimos anos, Janaína vem conquistando espaço em instituições e galerias nacionais. Participou de exposições como “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para brasileiros” (Instituto Moreira Salles, 2021–2023), “SP Arte” (Pavilhão da Bienal, 2022), “Nunca foi sorte” (Central Galeria, 2022), “Mulheres que mudaram 200 anos” (Caixa Cultural, 2023), “Chora Agora” (Funarte, 2023), “Alvorada” (Galeria Anita Schwartz, 2024), “Favela em Fluxo” (Museu das Favelas, 2024) e durante a 31ª Mostra de Arte da Juventude no Sesc Ribeirão Preto (2025).

A presença da artista em uma exposição internacional é um marco não apenas em sua trajetória, mas também para a cena cultural do Vale do Paraíba. A conquista evidencia o potencial de artistas do interior paulista e destaca a importância de políticas de fomento e visibilidade para produções periféricas.

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“Representar a minha cidade e o Vale do Paraíba em uma mostra como essa é muito simbólico. Levar minha infância, meu território e minha vivência para outros contextos é também uma forma de resistência e de esperança”, afirma a artista.

Divulgação

Exposição “BAILE FUNK: um grito de liberdade”