Por Julio Maria Em Brasil & Mundo

Documentário sobre Jorge Benjor está previsto para final do ano

Jorge ben jor (Divulgação/SiteJorgeBenJor)

Jorge Ben Jor com Sergio Mendes no JVC Jazz em 2008

Divulgação/SiteJorgeBenJor

As forças de Jorge tomaram a Base Aérea do Recife no dia 30 de junho para fazer justiça. Charles Anjo 45, uma das raras músicas politizadas do cantor, que um dia perturbou o sono do regime militar, estava na partitura de 35 homens fardados, prontos para o sinal da batuta do sargento Ivan do Espírito Santo. Eles tocaram com gosto e empenho a canção lançada por Jorge em 1969, que fazia homenagem a um marinheiro rebelde em plena ditadura, perseguido pela mesma caserna que o acolhe agora. Em um arranjo de nove minutos, Charles caminha pela marcha, pelo frevo e pelo samba. O comando das Forças Armadas não vai perseguir ninguém, até porque também foi consultado e disse OK.

As músicas de Jorge Benjor têm andado por cantos que ele mesmo não faz ideia. Nos últimos dias, enquanto o mundo olhava para a bola, elas estiveram por mais de dez cidades do Brasil, levadas por dois cineastas franceses, Benjamin Rassat e Vincent Moon, e interpretadas por gente que as tem nas veias.

Obá Obá Obá, nome do documentário, já conta com mais de seis horas de gravação, registradas nas viagens da dupla, feitas em dias de Copa do Mundo para explorar a relação da música de Jorge com o futebol. Já participaram grupos como Graveola e o Lixo Polifônico, de Belo Horizonte; Os Tucumanos, de Manaus; e Tibério e Lucas dos Prazeres, do Recife. De São Paulo, entraram a sambista Fabiana Cozza, o grupo de samba rock Clube do Balanço e os irmãos Max de Castro e Wilson Simoninha. O formato de lançamento, previsto para o final do ano, ainda não está definido. "Podemos recortar para fazer em vários capítulos de uma série para TV", diz Benjamin Rassat. O Canal Brasil, conta, é um parceiro em potencial para a exibição.

Falsos improvisos
Uma exibição para convidados, na Lapa do Rio de Janeiro revelou momentos comoventes, que mostram um alcance da obra de Jorge fora dos lugares comuns. "Para mim, ele é o maior tesouro brasileiro ainda a ser descoberto", diz Rassat.

Não há grandes cenários nas captações. Muitas são feitas como se tivessem sido improvisadas, gravadas de surpresa. "Mas não, trabalhamos muito para isso, preparamos muito cada cena. Algumas por cinco meses." Ao todo, o projeto está sendo trabalhado há seis anos.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Julio Maria, em Brasil & Mundo

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.