Por Meon Em Brasil & Mundo

Especial Dia do Músico: conheça a cena do hardcore com a banda CHCL

Conheça a banda que agita a cena underground do Vale do Paraíba

banda_chcl_hardcore_divulgação

Conheça a banda que agita a cena underground do Vale do Paraíba

Divulgação

 

O terceiro dia da série em comemoração ao Dia do Músico (22) chega com o timbre alto da guitarra  e o tremor da bateria em forma de protesto: esse é o hardcore.  O gênero que nasceu na década de 70 chegou abalando a cena musical, já que tratava o contexto social e político de uma maneira mais agressiva e demonstrava a visão dos jovens considerados "rebeldes" da época. No Brasil o harcore se tornou popular só em meados da década de 80 - apesar de já ter bandas adeptas como a Restos de Nada, formada em 1977 na zona norte de São Paulo - quando foi lançada a coletânea  "Grito Suburbano", que assim como diz o nome  era a junção de músicas de influentes bandas como a Olho Seco, Cólera e Inocentes que soltavam seus gritos de guerra para toda a nação.

Representando esse ritmo eletrizante, o Meon tem como convidado o proprietário do estúdio Wasabi em São José dos Campos e músico Diego Xavier, vocalista e guitarrista da banda CHCL. Formada em 2012 na cidade de Caçapava o grupo sempre se inspirou em fatos reais que estejam presentes em suas vidas, incluindo o contexto sociopolítico. Após turnês pela Brasil, a banda voltou a se apresentar no Vale do Paraíba e mostrou seu som no projeto Imersão. Confira esse bate-papo:

Como surgiu a banda? Como vocês se conheceram?

A banda surgiu em 2012 em Caçapava, foi o Gustavo, o Diego e o antigo baterista que formaram a banda e ai eu entrei um ano depois, quando também entrou o novo baterista, o Eder. Ai no final de 2013 a gente já meio que estabilizou a banda e gravamos o primeiro disco, chamado Espora, que foi lançado em agosto de 2014 mas com poucas unidades e em envelope. Na última sexta-feira (13) lançamos a versão física final do CD. É demais saber que está tudo registrado, agora temos mil cópias e temos que vender

Quais as maiores inspirações nas composições da banda?

Geralmente é o que ta rolando em  nossa volta, o Espora é um disco que a gente fez meio que em resposta ao que estávamos sentindo e ao que nossos amigos estavam passando. A gente tava com um gás muito forte com a banda e quisemos falar o que tava acontecendo, com umas ideias mais positivas que façam a galera pensar. Também nos inspiramos em temas sociais e políticos, que acaba sendo a parte mais "punk". 

 Qual o seu primeiro contato com o hardcore?

Acho que meu primeiro contato foi entre 1999 e 2000, quando eu comecei a ouvir algumas bandas e estava começando a rolar alguma coisa nas rádios, na época o mais popular era a banda CPM 22 e a cena underground também estava muito forte, então tinha bastante banda. Eu ia escutando o que eu ia achando legal então fui me aprofundando e conhecendo  que bandas influenciaram as bandas que eu estava ouvindo. E a cena do hardcore é mais livre então sempre tive muita facilidade em ir aos shows das bandas que estavam chamando minha atenção e de conversar com os caras então fui vendo que eles eram pessoas que nem eu então eu pensei "Eu posso fazer isso também".

Como você vê a cena do rock e das suas raízes no Vale do Paraíba?

Eu acho que tem espaço pra todo mundo, antigamente era bem mais forte essa cena e as bandas tinham mais show e lugares para tocar, aqui em São José rolou muitas bandas de hardcore, de new metal, metal, mas deu uma quebrada com a onda da musica "emo", fez rolar um preconceito geral com o rock, dando uma caída no público.  Mas agora ta rolando e tendo bastante banda nova, não é como antes mas ta rolando um trabalho das bandas que querem produzir e reacender a cena musical.

Como é a sensação de ir nos show e ter a casa lotada e o público cantando junto?

É demais, ainda mais que agente sempre foi uma banda que desde o começo apostamos em fazer bastante show fora do Vale do Paraíba, como o Rio de Janeiro, Paraná, no Sul. Mas esse ano a  gente fez mais show no Vale mesmo e sentimos uma resposta bem positiva do público , no fim do ano a  gente tocou no projeto Imersão no Sesc, o que deu uma visibilidade incrível e ajudou a mostrar o nosso trabalho para quem ainda não conhecia.

Você é proprietário do estúdio Wasabi aqui em São José dos Campos e acompanha o desenvolvimento de muitas bandas e artistas de diferentes gêneros musicais. Mesmo tocando hardcore, como é para você estar tão próximos dessas outras cenas musicais?

Para mim está sendo demais, faz três anos que tenho estúdio e comecei gravando minhas próprias bandas e projetos de hardcore, mas agora pego bandas como Coletivo Estoril, Dom Pescoço, entre outras que tem uma pegada bem brasileira, que mistura muitos estilos como o MPB, samba, afro beat e para mim está sendo animal. É interessante porque a gente troca muita experiência, pois eles tem um público maior no Vale mas em compensação a gente tem um público maior fora do Vale então a gente troca muita ideia nesse lance de experiência, de como cada um leva a própria banda, o planejamento da banda e de tour. Eu to muito agradecido pois tem muita bandas boas e espero poder fazer um trabalho para ajudar a divulgar essa galera.

Você acha que é possível viver de música?

Eu acho difícil, não é impossível, mas  requer muito trabalho, investimento e planejamento. É difícil, pois você tem que estar inserido no meio e já trabalhar com algo relacionado,pois hoje em dia você acaba tendo que fazer tudo e se você não tem muito dinheiro para investir precisa fazer a própria  assessoria, gravação, tem que marcar seus show e isso demanda muito tempo, são horas e horas ligando e conversando  com casa de show.

Vocês acabaram de lançar o álbum físico Espora , quais são as expectativas e planos para o futuro?

Estamos planejando fazer um show de lançamento do disco pra galera do Vale e voltar para os lugares que já tocamos mas agora com o disco novo. Além de voltar a fazer turnês e vender CD e fazer tudo de novo.

Confira aqui um pouco do som da banda:

 

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