Por Renan Simão Em Brasil & Mundo

Flim começa nesta sexta em S. José; Reinaldo Moraes e Guillermo Saavedra dão aperitivo

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Reinaldo Moraes (à esquerda) e Guillermo Saavedra debatem no sábado, às 17h

Divulgação

A Flim (Festa Literomusical do Parque Vicentina Aranha) começa nesta sexta-feira com a mesa "Palavra Lida e Palavra Escrita", dos escritores Alberto Martins e Alcides Villaça, às 19h, e show de Tom Zé, às 20h. Todas as atividades são gratuitas e acontecem no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos. 

Até domingo, o parque recebe mais de 20 atrações, mesas de debate, shows musicais, saraus e espaços para troca e venda de livros. Participam desta que é a primeira edição nomes importantes da literatura contemporânea brasileira como João Paulo Cuenca, Chico Mattoso, Fabricio Corsaletti, Paulo César Nunes e Reinaldo Moraes -além de dois estrangeiros, o argentino Guillermo Saavedra e o português José Pacheco. Veja a programação.

"A Flim é uma festa, não é uma feira. Não existe uma questão comercial, que vemos em eventos como a Bienal [do Livro de São Paulo]", diz a Ângela Maria Torneli, diretora da AJFAC (Associação Joseense para Fomento da Arte e da Cultura), entidade realizadora do evento, com a Prefeitura de São José dos Campos.

"Queremos criar vários espaços de manifestações culturais, espaços de transversalidade, por isso unir música e literatura. Nos inspiramos na Flip [Festa Literária Internacional de Paraty], que se transformou em musical também", diz Ângela.

Para a diretora, a festa é complementar ao tradicional Festival da Mantiqueira, que acontece em São Francisco Xavier sempre no primeiro semestre, é uma resposta para quem diz "que em São José não tem cultura".

"Um dos objetivos maiores é trazer para o espectador uma sensação de pertencimento ao parque. Não apenas vir para a pista de caminhada, com fone de ouvido, e não ouvir nem os passarinhos", fala.

São esperadas 5 mil pessoas no fim de semana da Flim, que tem produção em parceria com o Sesc São José dos Campos e a FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo).

Stand-up
Como aperitivo da mesa "A Palavra no Palco - Leituras e Performances", de Reinaldo Moraes ("Tanto Faz & Abacaxi") e Guillermo Saavedra ("Caracol"), o Meon conversou com os dois, por telefone. O tema: a relevância da própria presença do escritor em eventos literários.

"A performance é uma coisa com a qual eu não tenho nenhum interesse, nunca preparo nada, só falo de cabeça. Querem que eu sintetize e explique em meia hora um livro que levei mais de três anos para fazer", diz Reinaldo, com ares de rabugento simpático, preferindo se ver como um artista de stand-up comedy, contando histórias de acordo com as reações da plateia.

Cita João Cabral de Mello Neto, "recluso como um mandacaru", as palestras do finado Ariano Suassuna "contando as mesmas piadas" e se compara a Homero ou a James Joyce (rindo) quanto a predileção da palavra escrita.

Já o argentino Saavedra, poeta e integrante do trio performático "La Máquina Soltera", que explora (com voz, baixo e guitarra) os limites entre poesia e música, está no oposto a Moraes. "Gosto das mudanças da palavra escrita, do improviso, e de recursos de voz e do corpo. A palavra pode descobrir e atingir significados diferentes", acredita.

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