Cultura

Cineasta joseense lança série docu-reality no Canal History

“Caça-Tempestades - Amazônia” estreia nesta quarta-feira (5)

Escrito por Rubens Baracho

04 NOV 2025 - 15H05 (Atualizada em 04 NOV 2025 - 15H53)

Alejandro Mendez

A partir do dia 5 de novembro, às 18h50, o History estreia “Caçada pelo Ar”, o primeiro de quatro episódios inéditos da série docu-reality “Caça-Tempestades - Amazônia”, uma produção do Grupo Storm.

A expedição é liderada pelo repórter Ernesto Paglia, o cientista do INPE Osmar Pinto Jr. e a cineasta de ciência e meio ambiente, Iara Cardoso – também autora e diretora da obra.

+ Receba as notícias do dia – clique AQUI para seguir o canal MEON no WhatsApp

Combinando jornalismo investigativo com elementos narrativos de ficção e linguagens de reality show, a série acompanha, pela primeira vez, uma expedição de caçadores de tempestades na Amazônia. Ao longo de 15 mil quilômetros percorridos, a equipe registrou 88 mil raios e investigou os fenômenos que fazem da região uma das principais “chaminés de raios” do planeta, onde ocorrem cerca de 500 mil temporais e 50 milhões de descargas atmosféricas por ano.

Os episódios seguintes – “Caçada pelo Rio”, “Caçada pela Cidade” e “Caçada pela Floresta” – serão lançados semanalmente ao longo de novembro, seguindo o mesmo cronograma de exibição: primeiro às quartas-feiras, às 18h50, no History, e reapresentados aos domingos, às 22h, no History2.’

As frentes de investigação da série

Um dos pontos altos da missão é o registro de um fulgurito – raro fenômeno que guarda o mistério da primeira amostra de “raio fossilizado” já encontrada e catalogada na Amazônia. Os fulguritos, também chamados de “esculturas de vidro”, se formam quando os raios – que podem atingir temperaturas de até 30 mil °C (cinco vezes a temperatura da superfície do sol) – fundem a areia nas bordas dos rios, onde a formação de tempestades com alta incidência de raios é mais intensa.

A equipe explora também áreas críticas, como o Arquipélago de Anavilhanas (Novo Airão) – região com a maior densidade de raios do Brasil (68 raios por km²/ano) – e onde se concentram as derrubadas de árvores por rajadas de vento. O fenômeno é potencializado pela semelhança da paisagem com um “oceano verde”, que favorece a formação de super-raios (acima de 150 kA).

Já em Manaus, o impacto das descargas atmosféricas se impõe sobre a vida humana. Na capital do Amazonas, onde a probabilidade de ser atingido por um raio é cinco vezes maior do que na cidade de São Paulo, o risco é alarmante: uma a cada quatro mortes por raios na Amazônia acontece dentro de residências, um índice muito superior ao observado em outros países.

Para cada morte por raio registrada no Brasil, cerca de cinco pessoas sobrevivem à descarga. Os novos episódios trazem os emocionantes relatos de Fabíola e Jeise, duas sobreviventes que ficaram com marcas temporárias no corpo semelhantes a ramificações de árvores, também conhecidas como Figuras de Lichtenberg — registros visíveis da corrente elétrica que atravessou seus corpos. Fabíola recorda: “Estava quase terminando de lavar a louça quando de repente veio um clarão acompanhado de uma explosão. Senti uma dormência na minha perna.”

Durante as gravações, que ocorreram ao longo do mês de outubro de 2024, a equipe se deparou com uma das piores secas já registradas no Rio Negro, onde vive a Comunidade do Lago do Catalão – vila flutuante que possui cerca de 100 casas que abrigam aproximadamente 400 pessoas – e está localizada no munícipio de Iranduba, a cerca de 10 minutos de barco de Manaus.

A situação lança luz sobre como a crise climática intensifica fenômenos como o El Niño (que traz secas) e La Niña (que causa cheias). A frequência e a intensidade desses eventos desequilibram a noção de sazonalidade, tornando a adaptação um desafio diário para os ribeirinhos.

Tecnologia de ponta e saberes ancestrais na caçada

Para realizar essa caçada, a equipe contou com uma interface de monitoramento climático inédita, desenvolvida especialmente para a série. A tecnologia reúne dados de raios e localização em tempo real, com precisão de até um quilômetro em toda a Amazônia. Além disso, a produção utilizou imagens de drones; câmeras de alta velocidade; estações meteorológicas e dados do satélite geoestacionário GOES-16, o primeiro a registrar raios do espaço.

Ao longo da viagem, o grupo enfrentou temperaturas entre 26 °C e 40 °C, umidade de até 95% e ventos de 119 km/h, para captar mais de 500 horas de material bruto, que revelam a grandiosidade dos fenômenos atmosféricos na Amazônia. A série também destaca como a ciência e os saberes ancestrais de povos indígenas, como Waimiri-Atroari (Kinja) e Sateré-Mawé, se complementam no enfrentamento da crise climática e na convivência com os temporais, essenciais para o equilíbrio climático global.

Reconhecimento em festivais

A produção tem se destacado no circuito internacional, com Menção Honrosa no Awareness Film Festival (Los Angeles) e indicação a Melhor Documentário no 37º Girona Film Festival, na Espanha – referência entre os festivais europeus de cinema.

“Caça-Tempestades” é apresentada pela Energisa, RAM, Porto, Taesa, Alupar e ISA Energia. Para mais informações, visite o site.

Serviço - Estreia ‘Caça-Tempestades na Amazônia’

Ep. 1 – Caçada pelo Ar – History: 5/11, quarta, às 18h50 | History2: 9/11, domingo, às 22h

Ep. 2 – Caçada pelo Rio – History: 12/11, quarta, às 18h50 | History2: 16/11, domingo, às 22h

Ep. 3 – Caçada pela Cidade – History: 19/11, quarta, às 18h50 | History2: 23/11, domingo, às 22h

Ep. 4 – Caçada pela Floresta – History : 26/11, quarta, às 18h50 | History2: 30/11, domingo, às 22h

Classificação indicativa: 10 anos | Direção: Iara Cardoso | Produção: Grupo Storm

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Rubens Baracho, em Cultura

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.