Por Samuel Strazzer Em Campos do Jordão Atualizada em 28 ABR 2020 - 11H39

Com 30% de demissões, turismo de Campos do Jordão planeja retomada após quarentena

Sindicato estima prejuízo de R$ 150 milhões por conta da temporada comprometida

Divulgação/PMCJ
Divulgação/PMCJ

A crise econômica causada pelo coronavírus avança como um furacão sobre as cidades turísticas de inverno. Na Serra da Mantiqueira, de acordo com o Sinhores (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), as demissões de funcionários da categoria já chegaram a cerca de 30%. Unidos, os estabelecimentos da região buscam ações e apoio para a retomada financeira do segmento após a quarentena.

O Convention & Visitours Bureau, através do presidente Luiz Rossette, em parceria com a associação Cozinha da Mantiqueira e a Asstur (Associação de Hotelaria e Turismo), assinou um ofício solicitando a reabertura dos restaurantes, hotéis e pousadas. O ofício será encaminhado à Câmara e Prefeitura de Campos do Jordão nesta terça-feira(28).

“Ninguém está menosprezando a saúde e fazendo pouco caso da doença, nós tratamos isso de maneira séria. Porém, chegou um ponto que está insustentável.[...] Nós queremos a reabertura dos hotéis e pousadas. Entendemos que estamos preparados para receber hospedes e podemos seguir as orientações de prevenção e sanitização. Entendemos que podemos voltar a trabalhar e precisamos”, diz Luiz.

Rossette explica que o vírus atingiu o país em um período crítico para o turismo da Serra da Mantiqueira, pois comprometeu o acesso de turistas justo na temporada de inverno que se inicia a partir da Páscoa até o mês de julho. Para ele, o Governo do Estado precisa tomar medidas efetivas para que os estabelecimentos sobrevivam, pois muitos já fecharam as portas.

“O Governo do Estado de São Paulo precisa olhar para os locais de turismo de inverno que foram os mais prejudicados. Queremos voltar as atividades o quanto antes, queremos que o Estado invista em ações para diminuir a sazonalidade, não ter eventos apenas no inverno, e que olhem para os empresários da região com cautela. Nós não queremos empréstimo, queremos um socorro”, afirma Rossette.

Para Paulo Cesar Costa, diretor do Sinhores de Campos do Jordão, as linhas de crédito divulgadas pelo Governo não são eficazes, pois, os empresários não conseguem concluir a solicitação.

“Essas linhas de crédito são fictícias, a grande maioria não conseguiu nada ainda. [...] O que aconteceu de fato é que foi enviado o link para varias linhas de crédito. Você faz o cadastro e morre por aí, não dão retorno. Só a parte de analise de crédito pode demorar 60 dias”, conta Paulo.

Com a alta temporada comprometida, a estimativa prévia do Sinhores aponta um prejuízo estimado de R$ 150 milhões. O diretor conta que a notícia boa para os empresários da região é que o Governo do Estado postergou a data do Festival de Inverno para agosto e não cancelou como poderia ter sido feito.

“A notícia da prefeitura com relação ao Festival de Inverno veio como um alento. Nos 50 anos de história do festival, é a primeira vez que acontece em agosto, mas estamos vendo isso com muito bons olhos. [...] Temos um movimento que deve começar em julho e o festival acontecendo em agosto seria um atrativo a mais para esticar a temporada”, afirma Paulo Cesar.

A prefeitura de Campos do Jordão disse que a quarentena permanecerá até o dia 10 de maio em todos os atrativos turísticos, comércio não essencial, hotéis, pousadas, restaurantes e similares não irão funcionar.

Depois do dia 10 de maio, a Prefeitura disse que trabalha “[...] com a hipótese de que a reabertura deverá ser gradual, respeitando critérios de segurança”.

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