Por Camilly Nogueira dos Reis | Colégio Poliedro Em Alunos Atualizada em 23 SET 2020 - 11H16

A angústia do tempo

Somos tudo, mas, por vezes, nos sentimos nada

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal


Existem coisas na vida que já são pré-determinadas, como os infindáveis pontos de interrogação que temos na mente e que, de fato, nos acompanharão para sempre. Há quem cresça e deixe a ignorância prevalecer, se sentindo Apolo, o dono da razão, tornando Dionísio insignificante.

É perceptível que as prioridades são grandes inimigas do tic-tac, já que, com a responsabilidade de ser um dos mistérios incontroláveis e devastadores da natureza, o tempo passa a ser cruel, por mais que essa não seja sua intenção.

O relógio corre e, com ele, a gente vai, seja em um barquinho velejando ou arrastado brutalmente pela maré. Vivendo em um mar de confusões nós passamos a agonizar, porque, assim como dito por Kierkegaard, a escolha é angustiante e optar por algo significa ter que abrir mão de outro.

E, dessa forma, a vida vai sendo traçada, com uma caneta, sem o acompanhamento do corretivo, apenas aguardando pela incerteza do próximo rabisco. Constantemente, somos permeados pela linha tênue entre escolher o que te faz feliz ou aquilo que desejam que você se torne, porque, além de tudo, as pressões externas definem suas decisões.

Na verdade, o nosso único desejo é realmente nos encontrar. Infeliz aquele que esconde sua carcaça atrás de mentiras e que tentam se convencer de algo que não é, e nunca será. Mas, calma, é claro que não podemos nos esquecer do tempo, pois a pressa do ponteiro leva consigo alguns direitos, como um exemplo simples, o de chorar.

Gente grande não pode demonstrar fraqueza, já que o mundo é uma grande selva e o preparo para tudo é o primeiro passo para sobrevivência. No que nos tornamos? Quais são nossos valores? Do que somos formados?

No momento, presencio uma sociedade repleta de mentes açoitadas e corpos desolados. O vazio também ocupa um grande espaço. Somos tudo, mas, por vezes, nos sentimos nada.

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Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.

Escrito por
Camilly Nogueira (Arquivo Pessoal )
Camilly Nogueira dos Reis | Colégio Poliedro

Aluna do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Poliedro, em São José dos Campos

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