Em 9 de agosto de 1942, ocorreu uma partida em Kiev, na Ucrânia, entre o time ucraniano FC Start e o time de soldados nazistas, Flakelf. Este confronto ficou marcado para a história como “A Partida da Morte” ou “O Jogo da Morte”.
O que é o Nazismo?
Após a Primeira Guerra Mundial, surgiu um movimento político na Alemanha cujo nome era Nazismo. Marcado pelo nacionalismo, este movimento extremista assumiu o poder em 1933, com Adolf Hitler sendo nomeado chanceler.
Hitler foi líder de um dos piores regimes totalitários da história. Nascido em 1889, ele se suicidou em 30 de abril de 1945. Sua esposa (com quem tinha se casado no dia anterior), Eva Braun, ingeriu uma cápsula de cianeto, enquanto o líder alemão também engoliu uma destas (para garantir que morreria) e atirou no próprio crânio.
O que foi “A Partida da Morte”?
Quando as tropas nazistas de Hitler invadiram a Ucrânia (Operação Barbarossa), quebrando assim o Pacto de Não Agressão assinado por Josef Stalin (governante da União Soviética daquela época) e o próprio Hitler, vários times de futebol soviéticos tiveram de ser desfeitos, e os jogadores procuraram empregos para sobreviver ou sustentar suas famílias. Caso contrário, seriam presos em algum campo de concentração.
Entre eles estava o ex-goleiro do Dínamo, time ucraniano de Kiev, Nikolay Trusevich. O mesmo passou por dois campos de concentração antes de ser “livre”, até ser encontrado por Josef Ivanovic Kordic, que chamou o goleiro para trabalhar na padaria da qual era administrador.
Foi então que, em plena Segunda Guerra Mundial, foi criada uma liga amadora de futebol. Trusevich foi convencido por Kordic a reunir o antigo time. Como ele só achou sete jogadores de seu antigo time, recrutou mais três antigos integrantes do Lokomotyv Kyiv, três policiais ucranianos e um engenheiro alemão. Juntos, eles formaram o FC Start e começaram a treinar nas redondezas - além de ganharem um emprego na padaria.
O time estreou ganhando esta liga, com direito a um 7 a 2 no primeiro jogo, contra o Rukh (outro time de ucranianos) e brilhando em todos os outros jogos que vieram depois:
A próxima partida era para ser a última da liga, ocorreu em 6 de agosto de 1945, contra um time formado pela Luftwaffe (Força Aérea Nazista), cujo nome da equipe era Flakelf. O Start brilhou novamente, dessa vez vencendo por 5 a 1. O placar incomodou muito os nazistas, que acabaram marcando uma revanche para três dias depois.
Para ter certeza de que venceriam, um oficial da SS (a tropa de elite de Hitler) foi convocado para ser o juiz da partida. Ele visitou o time no vestiário e falou desta maneira: “Sou o juiz do jogo, sei que o time de vocês é muito bom. Por favor, sigam as regras, não infrinjam qualquer regra e antes do jogo cumprimentem seus adversários à nossa maneira”. Macabro, não?
Quanto ao “cumprimentem seus adversários à nossa maneira”, o Start entendeu que o oficial estava se referindo à saudação nazista (estender o braço direito em frente ao corpo). Quando o jogo ia começar, os jogadores do Flakelf confirmaram os pensamentos do time adversário, mas o Start não fez o cumprimento.
Quando o jogo começou, o juiz fez questão de ignorar as faltas cometidas pelo Flakelf, entre elas um chute na cabeça de Nikolay Trusevich. Mas, mesmo assim, o primeiro tempo terminou 3 a 1 para os ucranianos.
No intervalo, Trusevich e seus amigos tiveram outra visita inesperada no vestiário, de outro oficial da SS que, além de elogiar o time, pediu que entregassem os pontos. Caso contrário, as consequências poderiam ser severas. Mesmo com medo do que estava por vir, o Start não cedeu e ganhou de 5 a 3.
“Reza a lenda” que o jogador Klimenko driblou todos os zagueiros do Flakelf, mas ao invés de chutar para o gol, chutou para o meio de campo. A humilhação dos alemães foi tanta, que o árbitro terminou a partida no mesmo momento.
Há mitos que dizem que o time foi morto no vestiário, mas não passa de uma mentira. Na verdade, eles tiveram tempo de jogar outra partida, novamente com o Rukh, dias depois, mas a partir de então, começaram a ser caçados pelos oficiais nazistas.
O treinador do adversário do Start não suportou ver o time vencer todas aquelas partidas e delatou os ucranianos. Dois dias após o jogo, oito jogadores do time soviético foram presos e acusados de estarem ajudando a Polícia Secreta da União Soviética, e quatro deles foram mortos.
O time acabou se separando e apenas uma dupla de integrantes do Start ficou viva para contar a história. Esta é uma história que, sem dúvidas, esclarece a frase “Futebol não é mais que um jogo de bola”.
Com informações do site Jornalismo Júnior
Com supervisão de Léo Lenzi, jornalista do Meon Jovem.
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