Confinados em casa, sem poder contar com o contato físico e consultas presenciais com psicólogos e terapeutas, muitas pessoas têm encontrado dificuldade ao lidar com doenças psicológicas, ainda mais com seus sintomas intensificados durante a pandemia.
No entanto, alguns pacientes encontraram um remédio para aliviar alguns desses sintomas e controlá-los: o exercício físico.
Tendo isso em vista, buscamos o especialista e professor de educação física, Leonardo Francisco Souza Yoshida, para responder algumas perguntas relacionadas ao assunto e explicar o porquê da atividade física ser tão benéfica para a população no cenário atual.
Quais são os principais benefícios que a prática de esportes pode trazer para pacientes com doenças psicológicas?
Os benefícios são diversos, mas os principais são a melhora da autoestima, que inclusive é infelizmente um dos principais fatores desencadeadores das doenças psicológicas; redução do estresse, atrás do desvio da atenção dos problemas rotineiros para a concentração na atividade realizada e dos hormônios liberados; aumento da disposição física; melhora na qualidade do sono e reforço no sistema imunológico, intensamente afetado por pacientes com Mal de Alzheimer, por exemplo.
Fazer atividades em grupo também faz muito bem, pelo convívio social e a possibilidade de sempre ter um incentivo do amigo. Mas muito importante é ressaltar que ainda estamos em uma pandemia e todas as atividades devem ser feitas com toda a proteção possível.
O que está por trás desses benefícios? Por que o exercício gera essa sensação de alívio ao nosso organismo e atenua doenças como a ansiedade e depressão?
O que está por trás desses benefícios? Os hormônios que o nosso corpo produz quando nos exercitamos.
Os principais deles são a ENDORFINA, também chamada de hormônio da felicidade, responsável pela sensação de relaxamento, que acalma o nosso corpo e gera a sensação de prazer e felicidade. A SEROTONINA, regulador do sono, apetite, temperatura do corpo, e principalmente, atuante como coordenador das funções intelectuais fundamentais.
E temos ainda a DOPAMINA que, além de produzir sensação de felicidade, bem estar e relaxamento igual as outras, também é considerado o hormônio da produtividade, pois aumenta a capacidade de concentração.
Estes hormônios, quando circulando pelo nosso organismo, são poderosos aliados para o combate dos sintomas da ansiedade e depressão.
E quanto a frequência da prática esportiva? Existe alguma limitação ou restrição conforme a faixa etária, problemas cardíacos, entre outros?
O ideal é que todos, não importa a idade, passem por um médico especialista para um check-up antes do início da prática de qualquer modalidade esportiva e tenha uma supervisão de um profissional da educação física. Assim, ele saberá corretamente qual a frequência ideal para cada pessoa, evitando lesões e outros tipos de problemas.
Quais os principais esportes o senhor recomendaria para tal finalidade?
Para uma pessoa que está iniciando as práticas esportivas o ideal seria começar com atividades de pouco impacto, como por exemplo: alongamentos, caminhadas, yoga, meditação e ciclismo.
Tem alguma dica ou recomendação para quem está desde o início do isolamento sem praticar qualquer exercício e gostaria de começar uma rotina mais saudável agora?
Minha dica/recomendação seria que começasse devagar, procurando alguma atividade que a pessoa goste e sinta prazer em fazer. Manter uma rotina e não desistir e, principalmente, se adaptar. No começo sempre é mais difícil, mas no decorrer do tempo verá que o esforço vale a pena.
Considerando o isolamento social em que nos encontramos, no qual pessoas antes saudáveis psicologicamente estão desenvolvendo depressão, síndrome de pânico, entre outras doenças, o esporte também poderia atuar como um método preventivo contra elas?
"Com toda certeza. A prática esportiva já é comprovada e recomendada para a prevenção de doenças psicológicas, seja pelo prazer que proporciona, melhora a autoestima, da imunidade, concentração, coordenação motora, memória, ou pelos muitos outros benefícios que gera ao nosso corpo e mente. E isso vale para todas as idades”, finaliza.
Parceria:
Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.
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