Por Júlia Bonato Antunes | Colégio Poliedro Em Alunos Atualizada em 29 OUT 2020 - 11H34

O Phóbos que permeia

A palavra xenofobia, originada da junção do grego “xénos” (estranho) e “phóbos” (medo), representa a aversão ou profunda antipatia em relação aos estrangeiros - indivíduos vindos de outro país, com diferentes culturas, línguas e hábitos. Assim como sua origem morfológica, tal intolerância possui uma longa história, estando presente em diversas épocas na sociedade humana. Seja na antiguidade, com as grandes expansões marítimas europeias, nos estudos antropológicos evolucionistas ou até na conhecida Segunda Guerra Mundial, é perceptível como essa repulsão permaneceu existindo, sem qualquer êxito em ser compreendida completamente como o preconceito tão prejudicial que ela é. Como consequência, encontramos, nos dias atuais, um ambiente desagradável e agressivo, em que imigrantes lutam para serem reconhecidos como cidadãos, à medida que outros sentem-se no direito de negar auxílio aos mais necessitados.

Primeiramente, mudar-se para um novo país e acostumar-se com as diferenças culturais pode ser apontado como um processo longo e difícil, no entanto, há ainda um outro obstáculo que deve ser reconhecido: a luta para ser considerado parte desta nação. Apesar de já conviverem com o resto da população por longos períodos, muitos imigrantes ainda lidam com algum tipo de diferenciação no seu cotidiano, como foi demonstrado no caso da cantora Rina Sawayama, a qual foi impedida de participar de uma premiação por não ter a nacionalidade britânica. Dessa forma, pode-se perceber como, embora determinadas nações se demonstrem abertas a essas comunidades e em busca de um combate efetivo ao preconceito, muitas de suas instituições ou indivíduos permanecem propagando a xenofobia, mantendo-a enraizada e presente em suas rotinas.

Em segundo plano, temos os casos extremos, nos quais cidadãos ou governantes julgam certo negar ajuda, de uma forma fria e insensível, aos estrangeiros mais necessitados. Tais atitudes partem de um ideal egoísta, que visa primeiro aqueles que possuem boas condições de vida, amedrontados com a possível perda de seu status quo, e depois os que buscam o mínimo de dignidade e direitos. Logo, em momentos como a crise dos refugiados, em que a empatia e o auxílio humanitário são imprescindíveis, temos como resposta dos cidadãos europeus os protestos contra imigrantes, justificados através do medo e da indiferença com essas pessoas desfavorecidas.

Em vista disso, é evidente que a xenofobia cria um ambiente nocivo, o qual proporciona questões que demonstram como ainda não aprendemos a lidar com ela. Nesses momentos, percebemos que a história continua se repetindo a nossa frente, com o medo e a apatia, semelhantes aos de momentos passados, impossibilitando a compreensão de que tal preconceito só nos prejudica e afeta nossa humanidade. O que nos resta agora é nos perguntarmos: algum dia aprenderemos com os nossos erros?

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Com supervisão de Samuel Strazzer, jornalista do Grupo Meon.

Escrito por:
Júlia Bonato (Arquivo Pessoal )
Júlia Bonato Antunes | Colégio Poliedro

Aluna do 2° ano do Ensino Médio do Colégio Poliedro, em São José dos Campos

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