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O que a criança cria, o jovem esquece e o adulto se arrepende?

A fantasia e a imaginação, essa é a resposta. Geralmente vista por muitos como uma fase infantil e passageira, poucos de fato enxergam a sua importância.

Andriéle Rabello

Escrito por Andriéle do Amaral Rabello

09 MAI 2022 - 11H19

Reprodução

A imaginação nada mais é do que uma ferramenta que dá a capacidade ao ser humano de manipular a realidade dentro de sua própria mente. Fundamental e inata a humanidade, com maior ou menor força para cada pessoa, é também o que forma a visão de mundo de cada um, suas opiniões, suas ideias, sua criatividade, o seu próprio mundo. Porém, infelizmente, conforme o adulto se forma, a concepção da fantasia se perde em meio às preocupações cotidianas.

Não se sabe ao certo ainda o que causa a imaginação, teorias e novos estudos apontam que a origem desse fenômeno possa vir de uma rede de neurônios, ou seja, que não vem apenas de uma única parte do cérebro e sim, é o resultado do funcionamento de diversas partes do órgão. Além disso, também sabemos que essas mesmas células também são responsáveis tanto por armazenar memórias antigas quanto projetar situações que ainda estão por vir, em uma espécie de previsão futura. Ou seja, a imaginação ainda é um campo nublado para a ciência e que funciona como uma auxiliadora da memória, mas, ironicamente, ela e a realidade percorrem caminhos opostos na mente, afinal, enquanto a imaginação segue do sentido sensorial para o visual, a realidade é estimulada com a informação visual para a sensorial.

É importante lembrar que não existe somente um único tipo de imaginação, e sim diversos que se espalham e se aplicam sobre os mais diversos âmbitos, tendo ao todo oito diferentes tipos de classificações, claro, não abordarei todas no momento e sim as mencionando de forma um pouco mais generalizada. Mas, é a graças a ela que temos a capacidade de sentir e ter empatia, ao conseguir se ver no lugar do outro, ou mesmo ser capaz de expressar as emoções humanas, não fosse essa particularidade, sentimentos como o medo não seriam possíveis, é necessário conhecer algo e que se saiba que esse algo deve ser temido. Além disso, ainda é por meio dela que a visualização e organização de metas e objetivos a serem concluídos se torna palpável, afinal, com ela é que se tem mais clareza do que é preciso para se prosseguir na resolução dos problemas e das próprias metas.

O contato com a imaginação costuma ser feito desde a infância, seja nas brincadeiras, seja ouvindo histórias infantis, é a chamada imaginação fantasiosa, é a partir dela que a criança vai começar a ter contato com o mundo real. É por meio dela que a criança começa a ter consciência de si própria e do seu entorno, desperta a curiosidade no caso das brincadeiras de faz de conta, assim como também, pode ensinar sobre a realidade com metáforas e aprendizados que se podem obter pelos contos infantis. Assim, tudo se torna mais simples de se assimilar se for permitido que nessa fase da vida haja estímulo para essa ferramenta, ali a criança moldará seus pensamentos e aos poucos também a sua própria visão de mundo.

Conforme os anos se passam a imaginação irreal se transforma já que a criança já passou pelo processo de aprendizado de sua cultura e de sua vivência, o adulto agora tem seus ideais e princípios moldados pelo o que lhe foi ensinado durante o tempo. Então, nesse momento, a imaginação é a auxiliadora nas decisões, é ela quem guiará o adulto para a resolução do que quer ele possa enfrentar, seja um problema no trabalho, numa faculdade, ou em qualquer outra situação, é por ela que as soluções surgem pelas estratégias tomadas e pelas ideias criativas, tudo para que a questão possa ser redirecionada e resolvida. Mesmo que não pareça, a imaginação sempre continuará lá, apenas tem uma outra prioridade agora, mas, mesmo assim, a fantasia nem sempre é completamente deixada de lado.

Já que é da fantasia que inúmeras obras surgem, e por meio delas que o autor tem a liberdade para se expressar, de declarar suas próprias ideias, na escrita, na arte, na história, na música, a imaginação permite com que o ser humano seja livre e é com essa autonomia que o artista pode ao seu modo criticar o mundo e a sociedade, explicitar suas mazelas ou encontrar caminhos para que elas sejam vencidas. A imaginação não somente é uma ferramenta, como uma ferramenta usada para lutar contra a repressão para dar lugar e voz a todos, seja uma minoria ou não, o artista está fadado a ser o gancho da criação e de um espaço livre de quaisquer julgamentos. E então, é desse espaço livre que a imaginação assume a última forma que gostaria de comentar aqui, o escapismo, uma possibilidade de se retirar nem que temporariamente para um lugar apenas para si, nem que esse lugar apenas exista em sua própria mente, é uma maneira com que o ser humano pode nem por alguns momentos não ser inundado pelos problemas diários, um pouco de paz em meio ao caos cotidiano.

 Bem, bem! Com isso, termino aqui a matéria sobre a imaginação! Tentei ser o mais breve possível, e pretendo abordar esse assunto em outras postagens de maneira um pouco mais aprofundada, mas por hora encerro aqui o assunto, é isso, e até logo!

Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem. 





Escrito por:
Andriéle Rabello
Andriéle do Amaral Rabello

3º ano do Ensino Médio - Colégio Embraer Juarez Wanderley - São José dos Campos.

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