Vinícius Júnior e o racismo no mundo do futebol

Vinícius Júnior é um futebolista brasileiro de 22 anos, atualmente, o jogador atua como ponta-esquerda e é conhecido por jogar pela Seleção Brasileira e pelo Real Madrid.

O jovem começou a ter grande repercussão em 2017, após ter sido divulgado pelo jornal inglês “The Telegraph” como um dos melhores jogadores do Sub-21 do mundo! Infelizmente, nos últimos dias Vinícius se tornou um dos assuntos mais falados, mas não devido à suas habilidades, mas sim ao último caso de racismo que sofreu durante um de seus jogos na Espanha.

No dia 21 de maio, dia do jogo entre o time Valencia e Real Madrid, o jogador foi insultado desde sua chegada ao estádio junto dos outros jogadores. Durante o jogo, os insultos continuaram a acontecer, até que no segundo tempo o brasileiro apontou para dois torcedores que imitavam sons de macaco com a intenção de ofender o jogador, já que o mesmo foi chamado assim desde a chegada ao local.

Após isso, o jogo foi paralisado por alguns minutos, porém logo foi retomado sem nenhuma atitude tomada contra os atos de racismo, inclusive, após uma discussão entre jogadores das duas equipes houve a expulsão de Vinícius por interferência do VAR (Árbitro assistente de vídeo).

Jose Jordan/AFP

Infelizmente, esse não é o primeiro caso de racismo sofrido por Vinícius Júnior durante sua carreira e também não é o primeiro dos jogadores negros brasileiros que passam por isso. O primeiro caso contra o jogador foi em 2018 onde foi chamado por torcedores de “neguinho safado”, isso enquanto jogava no Flamengo no estádio Nilton Santos. Outro que chamou muita atenção dos internautas e telespectadores, foi quando torcedores do Barcelona chamaram Vini de “macaco” e a LaLiga apresentou uma denúncia à Procuradoria de Ódio de Barcelona, porém, os autores não foram identificados e o caso foi arquivado.

Logo em 2022, foi flagrado torcedores do Mallorca fazendo sons de macaco direcionados ao brasileiro e o mandando “pegar bananas”, novamente foi reportado pela LaLiga uma denúncia que novamente foi arquivada pela Procuradoria de Ódio local. Meses depois, do mesmo ano, foi flagrado uma discussão entre Vinícius e o técnico Javier Aguirre, de Mallorca, onde o jogador o acusou de ter mandado seus jogadores baterem nele.

Após todos esses casos, a forma de comemoração de Vinícius Júnior virou polêmica pelas redes sociais e abriu-se um debate no programa de tv “El Chiringuito” e Pedro Bravo, presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores, afirmou: “Aqui o que você tem que fazer é respeitar os companheiros de profissão e deixar de fazer macaquice”. Mais uma vez, utilizando uma expressão racista para se referir às ações do jogador brasileiro. Mesmo após a LaLiga apresentar denúncias para a Procuradoria de Ódio local de cada time durante todos os casos citados e os não citados que ocorreram com Vinícius Júnior a maioria foi arquivada e os times seguiram impunes.

Após mais de 10 episódios de racismo contra o Brasileiro, apenas agora em 2023 aconteceu de o primeiro time ser punido de certa forma, o Presidente Lula e as autoridades brasileiras demonstraram apoio ao jogados após o caso mais recente e finalmente o Real Madrid se pronunciou de forma direta e pressionou a federação espanhola por decisões. Dois dias após o ato durante Valencia X Real Madrid, três torcedores foram detidos, porém logo foram liberados e em Madrid a polícia espanhola prendeu quatro suspeitos de simular o enforcamento do brasileiro em janeiro. Devido a repercussão recente dos casos contra Vini uma decisão inédita foi tomada e a Federação Espanhola fechou um setor do estádio Mestalla e multou o Valencia. A entidade também anulou a expulsão de Vinicius Júnior no jogo ao indicar mau uso do VAR.

Reprodução

Felizmente, graças ao apoio de vozes importantes e à de torcedores brasileiros atitudes foram tomadas, porém ainda muitos seguem impunes pelos casos anteriores e casos de vandalismo foram registrados contra imagem de Vinícius recentemente no dia 24 de maio.

Twitter @MadridXtra

Por mais que as ações recentes foram em sua maioria a favor do jogador brasileiro, ainda é necessário atitudes da federação espanhola e dos times de futebol, ainda se mantém importante o debate contra atos de racismo no mundo do futebol que acontece já há muitos anos.

Com supervisão de Isabela Sardinha, jornalista do Meon Jovem.