Por Marco Jean
Escolher a maquininha de cartão certa é uma das primeiras decisões importantes que você precisa tomar ao começar a vender. Parece simples, mas não é. O equipamento certo pode aumentar suas vendas, economizar dinheiro e deixar seus clientes satisfeitos. Já a escolha errada? Pode trazer prejuízo, dor de cabeça e até fazer você perder vendas sem nem perceber.
O problema é que muita gente acha que é só pegar qualquer maquininha e pronto. "É só escolher uma e começar a usar, né?" Não é bem assim. O mercado brasileiro tem dezenas de empresas, modelos diferentes, planos que confundem, e todo dia aparece uma promoção nova prometendo milagres.
O resultado? Muitos micro e pequenos empreendedores acabam cometendo erros básicos que poderiam ser evitados com um pouco mais de atenção. E esses erros custam caro, literalmente.
Neste artigo, vamos mostrar os cinco erros mais comuns que pequenos negócios cometem ao escolher uma maquininha. E mais importante: vamos explicar como você pode evitar cada um deles. Se você está pesquisando qual equipamento comprar pro seu negócio, este guia vai te ajudar a tomar uma decisão mais segura, inteligente e que não vai pesar no seu bolso.
Erro 1: Olhar só pra taxa e ignorar todo o resto
Esse é de longe o erro mais comum. A maioria dos empreendedores vê um anúncio falando "taxa zero no débito" ou "apenas 1,99% por venda" e já pensa: "é essa que eu quero!" É natural. A taxa é um número fácil de entender e de comparar. Quanto menor, melhor, certo?
Errado. Ou melhor, não é tão simples assim.
Por que focar só na taxa é um problema
A taxa é só uma parte da história. Tem muito mais coisa envolvida no custo real de usar uma maquininha. E quando você ignora o resto, pode acabar pagando mais caro sem perceber.
Vamos ver o que muita gente esquece de avaliar:
Taxas diferentes dependendo do tipo de transação
Aquela taxa baixíssima que chamou sua atenção? Provavelmente é só pro débito à vista. Quando o cliente quer pagar no crédito ou parcelar, a taxa pode dobrar ou até triplicar. Se a maioria dos seus clientes paga parcelado, a taxa que realmente importa não é a do débito.
Prazo de recebimento
Taxa baixa geralmente vem com prazo longo. A maquininha cobra 1,5% mas você só recebe em 30 dias? De que adianta se você precisa do dinheiro essa semana pra repor estoque?
Custos escondidos
Aluguel mensal da máquina, taxa de inatividade (se você ficar um tempo sem vender), cobrança por reposição de bobina, taxa pra trocar o chip 4G, custo de antecipação. Tudo isso some junto no fim do mês.
Qualidade do equipamento
Uma máquina barata pode ter bateria fraca, conexão lenta, travamento constante. Aí você perde vendas porque a máquina não funciona direito. Qual é a economia real?
Suporte e garantia
Se der problema, você consegue resolver rápido ou fica dias esperando resposta? Maquininha parada é dinheiro que você deixa de ganhar.
Exemplo real do que acontece
Vou te contar uma situação comum: um MEI vê uma oferta de maquininha com "taxa a partir de 0,99%". Parece incrível. Ele contrata, começa a usar. Aí descobre que:
A taxa de 0,99% é só pro débito à vista
No crédito é 3,9%
Parcelado é 5,5% ou mais
O dinheiro demora 30 dias pra cair
A máquina só funciona conectada no Wi-Fi do celular dele
Quando ele vai numa feira vender, não pega sinal e ele perde vendas
No fim, ele gastou R$ 200 na máquina, está pagando mais taxa do que pagaria em outras opções, e ainda perdeu clientes porque o equipamento não funcionou na hora certa.
Como evitar esse erro
Não compare só a taxa. Compare o pacote completo. Pergunte:
Qual a taxa de débito, crédito à vista e parcelado?
Quanto tempo demora pra cair o dinheiro?
Tem custo mensal? Aluguel? Taxa de manutenção?
A máquina funciona bem no tipo de ambiente onde eu vendo?
A empresa tem suporte bom?
Quando você precisa comparar várias opções, pode ser útil acessar sites especializados que mostram maquininhas com as menores taxas de forma transparente, considerando não só o percentual mas também prazos e custos totais.
Às vezes, pagar 0,5% a mais de taxa compensa muito se você recebe o dinheiro no dia seguinte em vez de esperar 30 dias. Faz as contas do seu caso específico.
Erro 2: Escolher o modelo errado pro seu tipo de negócio
Cada negócio funciona de um jeito. A maquininha que é perfeita pra uma loja física pode ser péssima pra quem vende na rua. E o contrário também é verdade.
O problema é que muita gente escolhe a máquina sem pensar em como realmente trabalha. Aí compra uma portátil quando precisava de uma fixa, ou pega uma básica quando o negócio já exige algo mais profissional.
Como esse erro acontece na prática
Comprou simples demais
O empreendedor pega a máquina mais barata, básica. Mas aí o negócio cresce, ele começa a vender mais, e a máquina não aguenta. Trava em horário de movimento, demora pra processar, a bateria não dura o dia todo.
Comprou complexa demais
O contrário também acontece. O cara compra uma máquina cheia de recursos que ele nunca vai usar, paga mais caro, e no fim usa só 10% das funcionalidades.
Escolheu o tipo errado
Pegou uma portátil quando precisava de uma fixa (ou vice-versa). Comprou uma sem bobina mas precisa dar recibo impresso. Pegou uma que só funciona no Wi-Fi mas trabalha na rua.
O que considerar pra escolher o modelo certo
Pensa bem em como você trabalha:
Se você vende em movimento (feira, entrega, casa do cliente, eventos): precisa de maquininha portátil com chip 4G e bateria boa. Não adianta pegar uma que depende de Wi-Fi.
Se você vende sempre no mesmo lugar (loja, salão, lanchonete): uma máquina fixa pode ser melhor. É mais rápida, mais estável, aguenta mais volume.
Se você precisa dar comprovante impresso: procure modelos com bobina térmica. Se o cliente aceita recibo digital, pode economizar pegando uma sem impressora.
Se você vende muito pouco ainda: não precisa de uma máquina super completa. Uma básica resolve. Mas pega uma que funcione bem, não a mais barata só porque é barata.
Se você vende online também: procure máquinas que têm link de pagamento, QR Code, integração com loja virtual. Facilita muito.
A pergunta que você precisa responder
"Como e onde eu faço a maioria das minhas vendas?"
Responde isso com sinceridade e você já elimina metade das opções erradas.
Se você atende em três lugares diferentes por dia, não faz sentido pegar uma máquina fixa. Se você fica o dia todo no balcão da sua loja, uma portátil pode até funcionar, mas uma fixa vai ser mais eficiente.
Erro 3: Não prestar atenção no prazo de recebimento
Vou ser direto: de nada adianta uma taxa baixíssima se o dinheiro demora um mês pra cair na sua conta e você precisa dele essa semana.
Muitos empreendedores descobrem isso tarde demais. Escolhem a maquininha pela taxa, começam a vender, e só depois percebem que estão sem dinheiro pra repor estoque, pagar fornecedor ou cobrir as contas do mês.
O que acontece na prática
A maioria das maquininhas funciona assim:
Débito: cai rápido, geralmente no dia seguinte ou em até 2 dias úteis (D+1 ou D+2).
Crédito à vista: o padrão é 30 dias. Mas algumas operadoras fazem antecipação automática, aí cai em 1 ou 2 dias (mas cobram uma taxa extra por isso).
Crédito parcelado: você recebe as parcelas mês a mês. Vendeu em 6x? Vai receber 6 parcelas nos próximos 6 meses. Ou pode antecipar tudo de uma vez (pagando taxa, claro).
O problema é que cada empresa tem regras diferentes. E nem sempre isso fica claro na hora de contratar.
Impacto real no seu dia a dia
Imagina a situação: você é MEI, vende R$ 10.000 por mês, mas precisa desse dinheiro em até 3 dias pra comprar mercadoria, pagar aluguel, cobrir despesas.
Se você escolheu uma maquininha com taxa baixa mas que só libera o dinheiro em 30 dias, você fica sem capital de giro. Aí precisa pegar empréstimo, atrasar contas, ou até parar de vender porque não tem como repor o estoque.
No fim das contas, os juros do empréstimo ou o prejuízo de ficar sem vender podem custar muito mais do que se você tivesse escolhido uma maquininha com taxa um pouco maior, mas recebimento rápido.
Como evitar esse erro
Antes de escolher, pergunte:
Quanto tempo demora pra cair o débito? (O ideal é D+1, no máximo D+2)
E o crédito à vista? (Se for automático em 1 ou 2 dias, ótimo. Se for 30 dias, veja se você aguenta esperar)
Tem antecipação automática? Qual a taxa?
Como funciona o parcelado? (Recebe mês a mês ou pode antecipar?)
Faz as contas do seu fluxo de caixa. Se você precisa do dinheiro rápido, priorize isso. Às vezes vale a pena pagar 0,3% ou 0,5% a mais de taxa se isso significa ter o dinheiro disponível quando você precisa.
Liquidez é oxigênio pro pequeno negócio. Sem dinheiro girando, não tem como crescer.
Erro 4: Não avaliar a qualidade do suporte técnico
Esse erro só aparece quando já é tarde demais. Você só percebe que o suporte é ruim quando a maquininha trava no meio de uma venda importante, ou para de funcionar num dia de movimento, ou dá erro e você precisa de ajuda urgente.
Aí você descobre que:
O chat demora 40 minutos pra responder
O telefone só funciona em horário comercial
O WhatsApp não responde
O e-mail demora dias
Ninguém resolve o problema
Enquanto isso, você está lá, com cliente esperando, perdendo vendas, passando vergonha.
Por que isso acontece tanto
A maioria dos empreendedores só pensa no suporte depois que precisa dele. Na hora de comprar, está todo mundo focado em taxa, preço, modelo. Ninguém pergunta: "e se der problema, como eu resolvo?"
O resultado são situações frustrantes como essas, que são reais:
"Minha maquininha parou de funcionar na Black Friday. Mandei mensagem no chat e esperei mais de uma hora. Perdi um monte de vendas."
"O equipamento deu defeito. Pedi a troca. Demoraram 15 dias pra mandar outro. Fiquei duas semanas sem poder receber cartão."
"Liguei no suporte às 18h30. Desligaram na minha cara porque o atendimento só vai até as 18h."
Como avaliar o suporte antes de comprar
Não espere dar problema pra descobrir se o suporte é bom. Pesquise antes:
Reclame Aqui: procure a empresa lá e leia as reclamações. Veja qual o nível de insatisfação, quanto tempo demoram pra responder, se resolvem os problemas.
Avaliações online: pesquise no Google, em grupos de empreendedores, fóruns. Veja o que as pessoas falam sobre o suporte dessa operadora.
Horário de atendimento: o suporte funciona 24 horas ou só em horário comercial? Se você vende à noite ou no fim de semana e der problema, vai ficar na mão?
Canais disponíveis: tem telefone? WhatsApp? Chat? E-mail? Quanto mais canais, melhor.
Tempo de resposta: nas avaliações, veja se as pessoas reclamam de demora ou se o atendimento é rápido.
Política de troca: se a máquina quebrar, quanto tempo demora pra chegar outra? Tem equipamento reserva enquanto isso?
Por que isso é tão importante
Maquininha é ferramenta de trabalho. Se ela para, você para de faturar naquele instante. Cada minuto que ela fica fora do ar é dinheiro que você deixa de ganhar.
Ter um suporte rápido e eficiente não é luxo. É necessidade. Pode fazer a diferença entre resolver o problema em 10 minutos ou ficar um dia inteiro sem poder vender.
Erro 5: Pensar só no hoje e esquecer do amanhã
Muitos empreendedores escolhem a maquininha pensando só no momento atual. "Hoje eu vendo R$ 3.000 por mês, então preciso de algo básico e barato." Faz sentido, né?
O problema é que negócio muda. O que é suficiente hoje pode não ser daqui a seis meses. E trocar de maquininha no meio do caminho dá trabalho e pode até custar caro.
Situações reais que acontecem o tempo todo
O negócio cresceu, a máquina não acompanhou
Você começa vendendo R$ 3.000 por mês com uma maquininha básica. Seis meses depois, está faturando R$ 15.000. Mas a máquina não aguenta o volume, trava direto, a bateria não dura, a conexão é lenta.
Precisou parcelar, mas a máquina não permite
No começo, todo mundo pagava à vista ou no débito. Agora você quer vender produtos mais caros e oferecer parcelamento sem juros. Mas a maquininha que você tem não deixa, ou cobra taxas absurdas pra isso.
Quis vender online, mas não tem a ferramenta
O negócio estava indo bem, você decidiu vender pela internet também. Mas sua maquininha não tem link de pagamento, não integra com loja virtual, não tem QR Code. Pra fazer isso, precisa trocar de equipamento.
Abriu uma segunda loja, mas a conta não permite
O negócio deu tão certo que você abriu outro ponto. Mas a operadora que você escolheu só permite um equipamento por conta. Agora precisa fazer outra conta, com outra análise de crédito, separar tudo.
Por que planejar o futuro evita dor de cabeça
Quando você troca de maquininha, não é só trocar o aparelho. Tem todo um processo:
Nova análise de crédito (às vezes demora)
Trocar aplicativo de controle
Atualizar formas de pagamento em marketplaces
Se você usa sistema de gestão (ERP), precisa integrar tudo de novo
Treinar você e sua equipe no novo equipamento
Às vezes pagar multa por quebra de contrato
É chato, dá trabalho e pode atrapalhar as vendas durante a transição.
Como pensar no futuro sem gastar demais agora
Você não precisa comprar a máquina mais cara e completa logo de cara. Mas pode escolher uma solução que tenha espaço pra crescer.
Pergunte:
Se eu dobrar as vendas, essa máquina aguenta?
Se eu precisar de link de pagamento daqui a uns meses, essa operadora oferece?
Se eu quiser parcelar sem juros, consigo com esse plano?
Se eu abrir outro ponto, consigo ter duas máquinas na mesma conta?
Essa empresa tem outros planos que eu posso migrar conforme crescer?
Às vezes vale a pena pagar um pouquinho mais agora por uma solução que vai te acompanhar pelos próximos 2 ou 3 anos. Você evita retrabalho, dor de cabeça e economia de tempo.
Como escolher uma maquininha sem cometer esses erros
Agora que você já sabe quais são as armadilhas, vamos ver um jeito prático de escolher bem:
1. Liste o que você realmente precisa
Antes de sair pesquisando, senta e anota:
Quanto você vende por mês (ou pretende vender)?
Você trabalha em lugar fixo ou se movimenta?
Precisa de bobina pra imprimir recibo?
Vai aceitar parcelamento?
Precisa vender online também?
Quer integração com sistema de gestão?
Quanto você pode investir agora?
Com essa lista na mão, você já elimina várias opções que não servem.
2. Compare o custo real, não só a taxa
Pega pelo menos 3 ou 4 operadoras diferentes e compara:
Taxa de débito, crédito à vista e parcelado
Prazo de recebimento em cada modalidade
Preço do equipamento (ou se tem aluguel mensal)
Taxas escondidas (inatividade, antecipação, etc.)
Quanto você vai pagar de verdade no final do mês
Faz uma simulação real. Tipo: "vou vender R$ 8.000, sendo 40% no débito, 40% no crédito à vista e 20% parcelado". Calcula quanto sai em cada operadora.
3. Pesquise a reputação da empresa
Não vai só pela propaganda bonita. Pesquisa:
Reclame Aqui (nota e como resolvem problemas)
Google (avaliações de outros empreendedores)
Grupos de MEI e pequenos negócios (experiências reais)
Se a empresa está há tempo no mercado
Empresa nova não é problema, mas é bom ver se tem credibilidade.
4. Testa o suporte antes de comprar
Liga no telefone. Manda mensagem no WhatsApp. Vê quanto tempo demoram pra responder. Como é o atendimento? São educados? Resolvem sua dúvida?
Se o atendimento pré-venda já é ruim, imagina depois que você virar cliente.
5. Pensa no crescimento
Pergunta se a solução cresce com você. Se daqui a um ano você estiver vendendo o dobro ou precisando de novos recursos, consegue adaptar ou vai ter que trocar tudo?
Escolhe algo que te dê margem pra evoluir.
Conclusão: escolher bem vale a pena
Escolher uma maquininha de cartão não é só sobre achar a taxa mais baixa. É sobre encontrar uma ferramenta que funcione bem pro seu negócio, que não te deixe na mão, que caiba no seu bolso e que te ajude a crescer.
Os cinco erros que vimos aqui são super comuns, mas todos podem ser evitados com informação e um pouco de planejamento:
Não foque só na taxa. Olhe o custo total e o que está incluso.
Escolha o modelo certo. Portátil ou fixa? Com ou sem bobina? Pensa em como você trabalha.
Preste atenção no prazo de recebimento. Fluxo de caixa é vida ou morte pra pequeno negócio.
Avalie o suporte antes. Não espere dar problema pra descobrir que ninguém te atende.
Pense no futuro. O que serve hoje pode não servir amanhã. Escolhe algo que cresce com você.
Com esses cuidados, você encontra uma maquininha que não apenas cabe no bolso, mas que realmente trabalha a favor do seu negócio. Ela vai facilitar suas vendas, deixar os clientes satisfeitos e te dar mais segurança e profissionalismo.
E no final, é disso que se trata: fazer escolhas inteligentes que ajudem seu negócio a crescer, não que criem mais problemas. Agora você já sabe como evitar as armadilhas. Boas vendas!
São José faz parceria com Israel para instalar tecnologia sustentável em escolas
Acordo prevê a doação de 10 biodigestores e 10 viveiros automatizados
Prefeitura de São José dos Campos abre edital para 98 vagas
Oportunidades de estágio com salários até R$ 1.093,37
Interdição do Viaduto Bandeirantes em São José é adiada
Falha em guindaste adiou procedimento para 8 de dezembro
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.