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92% dos brasileiros dizem usar máscara sempre, mostra Datafolha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A população brasileira reforçou os cuidados no pior momento da pandemia da Covid-19, que tem matado mais de 2.000 pessoas por dia no Brasil, aponta pesquisa Datafolha.

Cresceu a parcela dos que só saem de casa quando é inevitável, e se mantém em alta o uso de máscaras no país.

Segundo o instituto, 92% dos brasileiros dizem usar sempre a peça de proteção --não há, porém, detalhamento sobre os que a usam no queixo ou com o nariz para fora. Já 6% dizem que utilizam a máscara de vez em quando e 2% raramente ou nunca.

O uso de máscaras é considerado por cientistas uma das maneiras mais eficazes de evitar a doença, junto com o distanciamento social, ao dificultar que partículas de saliva contaminadas se espalhem pelo ar. As máscaras são tidas como mais importantes inclusive que a limpeza e desinfecção de ambientes.

Ainda que majoritária em todos os setores da sociedade, mostra a pesquisa Datafolha, é menor a proporção dos que dizem usar sempre a peça entre as pessoas que avaliam como ótimo ou bom o governo do presidente Jair Bolsonaro (86%) do que entre as que o avaliam como ruim ou péssimo (95%).

A pesquisa foi feita com 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março, todas abordadas pelo telefone, em razão da pandemia. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Durante toda a pandemia, Bolsonaro apareceu em eventos públicos e provocou aglomerações sem usar máscara. Ele também costuma desestimular seu uso. Em 31 de dezembro, por exemplo, afirmou que "a máscara não protege de nada, isso é uma ficção" e que "prejudica a saúde da pessoa".

Não é o que diz a ciência, que tem verificado que partículas contaminadas de saliva podem ficar horas suspensas no ar se uma pessoa com a Covid-19 não estiver usando máscara. Além disso, especialistas dizem que o objeto não traz riscos à saúde.

Pesquisadores têm defendido ainda que, em situações de maior risco, como voos ou transporte público, deve-se reforçar a proteção além da máscara de pano, seja colocando uma máscara cirúrgica por baixo, seja com uma proteção do tipo PFF2 (também conhecida como N95).

Além disso, lei federal assinada pelo próprio presidente Bolsonaro em julho obriga o uso de máscaras em espaços públicos em privados abertos ao público durante a pandemia. Em São Paulo, pessoas sem máscara podem ser multadas em R$ 524,59, e estabelecimentos comerciais em R$ 5.025,02 por pessoa desprotegida.

A pesquisa Datafolha mostra também que, com o avanço da pandemia, voltou a crescer o número de pessoas que só saem de casa quando é inevitável, hoje em 41% dos respondentes, ante 33% em pesquisa feita em 20 e 21 de janeiro.

Esse aumento reflete a retomada das restrições de setores econômicos e até a imposição de toque de recolher país afora. O recorde dessa faixa foi em abril do ano passado, no começo da pandemia, com 54% da população dizendo só sair de casa quando é inevitável.

Por outro lado, se mantém baixo o índice de pessoas que se dizem totalmente isoladas, hoje em 8%.

Caiu a proporção de pessoas que dizem tomar cuidado, mas que saem de casa para trabalhar ou para outras atividades, que chegou a 54% em dezembro, maior índice, e hoje regrediu a 47%.

A proporção de quem diz que está vivendo normalmente, sem mudar nada na rotina, também caiu, para 4%, mesmo nível de abril, no começo da pandemia.

Essa taxa é baixa e não varia além da margem de erro nem entre quem confia ou avalia bem o governo Bolsonaro, que incentiva a população a burlar restrições.

Há diferença, no entanto, entre gênero e idade. Mulheres se protegem muito mais: 61% delas dizem que só saem de casa quando é inevitável ou que estão totalmente isoladas; número que cai a 36% entre homens.

Isso também acontece entre idosos, com 60 anos ou mais, em que essa proporção chega a 76%. O número desce para 41% em três faixas etárias diferentes: entre 16 e 24 anos, de 25 a 34 e de 35 a 44.

Embora idosos sejam a maior parte dos mortos pela Covid-19 no país, tem aumentado o número de jovens internados e intubados, o que alguns pesquisadores creditam às novas variantes do coronavírus.

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