O avanço da conectividade e da digitalização no setor automotivo trouxe benefícios importantes para a mobilidade, mas também abriu espaço para novas ameaças. Um estudo recém-lançado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) acendeu o alerta para os riscos crescentes de ataques cibernéticos a veículos conectados. Para o Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg), o tema exige atenção imediata do poder público, da indústria e dos operadores logísticos.
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O White Paper Cybersecurity 2025, apresentado no Seminário AEA de Segurança e Conectividade, realizado em São Paulo, aponta que a integração de automóveis com redes digitais — como Bluetooth, Wi-Fi, celulares e atualizações remotas (OTA) — pode ser explorada por hackers para comprometer sistemas críticos dos veículos, como freios, direção e controle eletrônico. Há ainda riscos à privacidade dos ocupantes e ao funcionamento de softwares embarcados.
“Estamos falando de veículos que transportam vidas e mercadorias por todo o Brasil. A conectividade pode ser uma aliada, mas só se for acompanhada por normas claras, testes rigorosos e soluções acessíveis a toda a cadeia logística. Caso contrário, o que é inovação pode se tornar um risco”, alerta José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sinaceg.
A AEA diferenciou dois pontos centrais no debate: a segurança cibernética, ligada a ameaças intencionais como invasões e malwares; e a segurança funcional, relacionada a falhas acidentais nos sistemas eletrônicos dos veículos. Em ambos os casos, segundo a entidade, é essencial que montadoras, fornecedores e autoridades estejam alinhados para mitigar riscos.
Para o diretor regional do Sinaceg, Márcio Galdino, a discussão precisa ganhar escala nacional. “Não podemos esperar que ocorram incidentes graves para agir. Precisamos de uma política pública de cibersegurança veicular, com regras específicas para o Brasil, capacitação técnica e exigências que contemplem desde os veículos leves até os pesados, como os utilizados pelos cegonheiros”, afirma.
Segundo o estudo, o cenário de riscos se amplia com o crescimento de atualizações via internet, chamadas de over-the-air (OTA), que podem ser exploradas por criminosos para alterar funcionalidades ou instalar programas maliciosos. Além disso, a conexão constante entre veículos, usuários e infraestrutura externa aumenta a superfície de ataque, exigindo estratégias robustas de proteção e resposta.
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O Sinaceg reforça que a proteção digital deve ser vista como parte essencial da segurança viária, tanto quanto a manutenção mecânica, o treinamento de motoristas ou as condições das estradas. “A tecnologia deve estar a serviço da segurança — e não ser mais uma fonte de vulnerabilidade. Isso é responsabilidade de todos os elos do setor”, finaliza o presidente do Sinaceg.
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