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Cursos por WhatsApp criados pelo Sebrae ajudam empresários a resolver entraves do dia a dia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Sebrae lançou, em janeiro, 15 cursos gratuitos para serem acessados por WhatsApp, com curta duração, linguagem descomplicada e fartura de emoticons.

Até agora, a iniciativa já teve 80 mil alunos -número que considera também o período de testes, realizado no semestre passado. A entidade tem recebido uma média de 10 mil matrículas por semana para a modalidade.

A ideia de oferecer cursos pelo aplicativo de mensagens surgiu da percepção de que o empresário precisa de um canal para aprender e se informar que esteja presente em seu dia a dia, afirma Diego Demétrio, gerente nacional de soluções da instituição. “Foi então que nossos estudos indicaram o WhatsApp como um canal viável para isso”, diz.

Cerca de 95% dos brasileiros acessam o WhatsApp todos os dias, segundo pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, com 2.046 entrevistados entre 7 e 28 de julho de 2020.

“Usando o aplicativo para estudar, o empreendedor elimina barreiras: não precisa entrar no portal, abrir um computador, não precisa do acompanhamento de ninguém. Como o robô fica lá 24 horas por dia, o empresário faz as atividades quando puder, até enquanto estiver esperando em uma fila”, diz.

O conteúdo foi desenhado para atender a microempreendedores individuais (MEIs), mas o Sebrae está trabalhando em quatro cursos voltados para o setor da economia criativa —em breve, o conteúdo também poderá ser acessado por Telegram.

Quando decide fazer o curso, o aluno entra em uma conversa com um número de WhatsApp e interage com uma ferramenta de inteligência artificial que envia gifs, testes, cards, vídeos e pequenos áudios. Além disso, ele também tem acesso a um material de apoio, como planilhas, para colocar em prática conceitos aprendidos.

À medida que o empreendedor completa as tarefas propostas no aplicativo de mensagens, recebe mais conteúdo e consegue até ter feedbacks sobre sua performance. Para tirar dúvidas, porém, é necessário recorrer a outro número de WhatsApp, uma central especializada que tem atendimento humano.

Cada curso leva em média duas horas para ser finalizado, com prazo de até 15 dias. A duração média de áudios e vídeos utilizados é de menos de dois minutos, explica Demétrio.

A ideia é que o empresário tenha um aprendizado fluido, que não tome muito tempo do seu dia, e que possa ser realizado no intervalo entre tarefas, afirma Carolina Nunes, consultora educacional do DOT Digital Group, que atuou no projeto com o Sebrae.

“É um aprendizado que está dentro do conceito de microlearning, uma estratégia de ensino que trabalha com pílulas de conhecimento. Você quebra os conteúdos em conteúdos menores para facilitar a compreensão do aluno. É uma tendência na educação relativamente nova no Brasil e no mundo”, diz ela.

No Brasil, o microlearning também é utilizado na plataforma online de educação corporativa da C&A, a Academia da Moda, que oferece conteúdo como dicas para atendimento ao cliente e melhoria de processos para colaboradores de lojas, escritórios e centros de distribuição.

Com tempo médio de uso de oito minutos, a plataforma pode ser acessada por celular, computador ou tablet, e oferece materiais como vídeos, quiz, infográficos e games, que usam linguagem simples, incluindo gírias e hashtags.

Além da linguagem e da acessibilidade, outro ponto importante no desenvolvimento dos cursos do Sebrae foram os temas, que abordam entraves do dia a dia do empreendedor —como, por exemplo, como obter crédito.

“Muitas vezes, o curso vai levar ele a ter um insight, tirar uma dúvida pontual e até entender melhor o que tem atrapalhado seu negócio. Às vezes, ele acha que a questão é caixa, mas, na verdade, ela está no estoque”, diz Demétrio.

Com a intenção de investir em novos negócios, o empreendedor Rodolpho Freitas, 32, dono da empresa Casa Nova, de balanças industriais, em São Lourenço da Mata (PE), decidiu experimentar no fim do ano passado o curso do Sebrae Inovação e Possibilidades de Crescimento, feito por WhatsApp.

Depois de sentir facilidade para encaixar as atividades de estudo no seu dia a dia, Freitas deu sequência a toda a trilha de cursos disponível por aplicativo, incluindo aulas sobre venda e precificação.

“Quando abri minha empresa, comecei a trabalhar antes de estruturar completamente o negócio. Funcionou, mas, depois de meses, perdi um pouco o controle da situação. Nos cursos, entendi que é preciso deixar todo o negócio de pé antes de começar a funcionar”, diz.

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