Brasil

Sindicato ligado a irmão de Lula movimentou R$ 1,2 bi em seis anos

Relatório enviado à CPMI do INSS

Escrito por Meon

02 OUT 2025 - 11H28 (Atualizada em 02 OUT 2025 - 12H07)

Reprodução/Rede social

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade investigada na chamada “Farra do INSS”, movimentou R$ 1,2 bilhão entre janeiro de 2019 e junho de 2025, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A entidade tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O documento foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Do montante analisado, R$ 586 milhões correspondem a créditos (entradas) e R$ 613 milhões a débitos (saídas).

Saques em espécie e suspeitas

O relatório chama a atenção para movimentações em espécie, consideradas de difícil rastreamento. Nos últimos seis anos, o Sindnapi realizou saques e depósitos que somam R$ 6,5 milhões.

Segundo o Coaf, “esse tipo de movimentação é considerado complexo, dada a dificuldade de rastreamento da origem primária dos recursos e da identificação dos beneficiários finais”.

Empresas de familiares beneficiadas

O RIF ainda aponta que empresas de familiares de dirigentes do sindicato receberam R$ 8,2 milhões no período analisado. Os repasses foram feitos a companhias ligadas a parentes do atual presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, e do ex-presidente João Batista Inocentini, o João Feio, que morreu em agosto de 2023.

Crescimento exponencial de repasses

O Sindnapi é uma das entidades que mais se beneficiaram com os descontos aplicados aos aposentados. Os valores transferidos pelo INSS cresceram 564% em cinco anos: saltaram de R$ 23,2 milhões em 2020 para R$ 154,7 milhões em 2024, de acordo com dados do Portal da Transparência.

Já um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que o sindicato não conseguiu apresentar a documentação completa de nenhum associado dentro de uma amostra aleatória selecionada para fiscalização.

A reportagem entrou em contato com o Sindnapi, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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