A Polícia Federal (PF) localizou, em meio a 101 páginas da agenda pessoal do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), uma anotação que cita um episódio de espionagem envolvendo Allan Lucena, empresário e ex-sócio de Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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O documento foi apreendido pela PF e integra as investigações sobre um suposto esquema de espionagem ilegal realizado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecido como “Abin paralela”.
O caso citado por Heleno ocorreu em março de 2021, quando Lucena percebeu estar sendo monitorado no prédio onde mora, em Brasília, e acionou a Polícia Militar. Um suspeito foi abordado e se identificou como agente da PF. O episódio foi registrado em boletim de ocorrência pela Polícia Civil.
Durante as investigações, a PF confirmou que Lucena foi alvo do esquema irregular. Segundo a corporação, os sistemas da Abin foram usados para beneficiar Jair Renan. Na anotação encontrada na agenda, Heleno registrou que, após notícias sobre o filho do presidente utilizar um carro cedido por um “estranho”, foi apurado que o veículo estava com outra pessoa e que Renan nunca o usou. O ex-ministro escreveu ainda que “é atribuição da Abin verificar o fato” por se tratar de segurança do filho do presidente.
De acordo com a PF, o agente Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes, que trabalhavam cedidos à Abin, foram os responsáveis por monitorar Lucena.
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