Uma investigação da Procuradoria‑Geral da República (PGR), reforçada por apurações do Tribunal de Contas da União (TCU), aponta possíveis indícios de corrupção envolvendo a contratação de R\$ 478,3 milhões firmada entre o governo federal e a Organização dos Estados Ibero‑Americanos (OEI) para organizar a COP30, que será realizada em Belém (PA) no segundo semestre de 2025.
Contrato sem licitação e sem transparência
O acordo foi fechado em dezembro de 2024 pela Secretaria Extraordinária da COP30, vinculada à Casa Civil, sem qualquer processo licitatório — uma exceção permitida por tratar-se de organismo internacional, mas que suscitou críticas sobre a ausência de concorrência e divulgação dos critérios adotados. Parlamentares de oposição recorreram ao TCU para exigir explicações sobre essa contratação direta.
Pagamentos antecipados e explosão de gastos
Dados do Portal da Transparência revelam que foram realizados pagamentos à OEI — R\$ 5 milhões em agosto de 2024 e outros R\$ 15,7 milhões em dezembro — antes mesmo da formalização legal do contrato ([Misturebas][1]).
Além disso, o volume de recursos destinados à OEI saltou de R\$ 17,4 milhões em 2023 para uma projeção de R\$ 676,1 milhões até o fim de 2025, o que amplificou suspeitas sobre favorecimento institucional e possível conflito de interesses envolvendo dirigentes com trânsito entre o governo e a entidade.
Descontos idênticos levantam suspeitas
Concorrentes da OEI no processo licitatório dos espaços “zona azul” e “zona verde” da COP30 registraram propostas com valores exatamente idênticos nos centavos, aplicando o desconto máximo permitido de 50% sobre os preços de referência. Tal coincidência levantou suspeitas de conluio ou manipulação de preços apenas para vencer o certame, com potencial pedido posterior de reajustes contratuais ([Revista Oeste][3]).
TCU exige esclarecimentos detalhados
Em 18 de março de 2025, a área técnica do TCU formalizou pedido de explicações ao governo federal, exigindo informações como: critérios de escolha da OEI, estudos comparativos de preços de mercado e justificativas para a economicidade do valor contratado.
O tribunal, por sua vez, ainda não levou o caso ao plenário, segundo nota da corte, e mantém sob relatoria o ministro Jhonatan de Jesus.
Pressão política e apelo do MP
Lideranças do PL e da bancada de oposição no Congresso classificaram o contrato como “escandaloso” e afirmaram que vão investigar “cada centavo” gasto na COP30. A possibilidade de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) também foi levantada por parlamentares contrários ao acordo.
O Ministério Público Federal também acionou o TCU por meio de representação, solicitando verificação da eficiência, legalidade e conformidade dos acordos técnicos firmados com organismos internacionais, incluindo o caso da COP30.
O que está em jogo
A polêmica envolve questões decisivas para a gestão pública: legalidade dos contratos, transparência na administração de recursos do Estado, e respeito aos princípios de impessoalidade, eficiência e economicidade. O desfecho do caso poderá servir de precedente para futuras contratações com organismos multilaterais.
Até o momento, não há decisão final sobre o contrato e o governo federal ainda não divulgou respostas oficiais ao TCU ou ao MPF em registros públicos. A expectativa agora é que os esclarecimentos exigidos sejam apresentados em breve, e que eventuais correções sejam feitas antes do avanço do processo.
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