Justiça absolve todos os réus do caso Ninho do Urubu

A Justiça do Rio absolveu todos os réus do caso do incêndio no Ninho do Urubu, que deixou 10 adolescentes mortos e 3 feridos em 2019. A decisão foi proferida nesta terça-feira (21) pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Os jovens, atletas da base do Flamengo, dormiam em contêineres adaptados, usados como alojamento provisório, quando o fogo começou. A investigação apontou que um curto-circuito em um ar-condicionado pode ter causado o incêndio, que se espalhou rapidamente devido ao material inflamável das estruturas.

Na época, o Ninho do Urubu não tinha alvará de funcionamento, segundo a Prefeitura do Rio.

Entre os 11 réus estavam o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, os ex-diretores Antonio Marcio Mongelli e Carlos Noval, além de representantes de empresas terceirizadas e o monitor dos atletas. Sete foram absolvidos nesta decisão, enquanto quatro já haviam sido inocentados anteriormente.

De acordo com o juiz, não houve comprovação técnica de culpa ou nexo causal direto entre as condutas dos acusados e o incêndio. Ele afirmou que a perícia da Polícia Civil foi inconclusiva e que o Ministério Público apresentou denúncia genérica, sem individualizar responsabilidades.

“A constatação não elimina a tragédia dos fatos, mas reafirma que o Direito Penal não pode converter complexidade sistêmica em culpa individual”, escreveu o magistrado.

O caso, que chocou o país, reacende o debate sobre segurança nas categorias de base e responsabilidade institucional de clubes.

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