Maio é dedicado à conscientização sobre os tumores cerebrais, um dos tipos de câncer mais complexos e letais da medicina. Representado pela cor cinza, o movimento busca combater estigmas e a desinformação, além de alertar para a necessidade do diagnóstico precoce e dos avanços no tratamento.
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Segundo dados do Global Cancer Observatory (GLOBOCAN, 2022), mais de 321 mil novos casos de tumores no cérebro e sistema nervoso central (SNC) foram diagnosticados no mundo naquele ano, resultando em cerca de 248 mil mortes. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima mais de 11 mil novos casos por ano, entre 2023 e 2025. Nos Estados Unidos, a previsão para 2024 é de 25.400 novos casos e 18.760 mortes. A incidência é maior entre pessoas brancas, enquanto a mortalidade predomina entre homens.
Apesar de raros em comparação a outros cânceres, os tumores cerebrais estão entre os mais agressivos, especialmente na forma do glioblastoma, considerado o mais letal.
Entendendo os tipos de tumores cerebrais
Os tumores cerebrais são classificados em primários, quando surgem diretamente no cérebro ou nas meninges, e secundários, quando resultam de metástases de outros tipos de câncer, como pulmão, mama ou pele.
Entre os tumores primários mais comuns estão os meningiomas, os gliomas e os meduloblastomas. O oncologista Flávio Brandão explica: “Os meningiomas se originam das células das meninges, enquanto os gliomas derivam das células da glia, que sustentam os neurônios. Já os meduloblastomas são mais frequentes em crianças, com possibilidade de se disseminarem pelo líquor.”
Outros tipos, como ependimomas, craniofaringiomas e adenomas hipofisários, também fazem parte do espectro das neoplasias primárias.
Sinais de alerta: quando procurar ajuda?
Os sintomas de tumores cerebrais variam conforme a localização do tumor, mas costumam ser progressivos. Entre os sinais mais comuns estão:
Dor de cabeça persistente, principalmente ao acordar ou deitar
Náuseas e vômitos inexplicáveis
Convulsões em pessoas sem histórico
Alterações na visão, audição, fala ou equilíbrio
Perda de memória, confusão mental e mudanças de comportamento
Fraqueza em um lado do corpo
“Muitos desses sinais podem ser confundidos com outras doenças neurológicas, o que atrasa o diagnóstico. Por isso, qualquer sintoma persistente ou progressivo deve ser investigado com exames de imagem, como tomografia ou, preferencialmente, ressonância magnética”, orienta Brandão.
Tratamento e novos avanços
O tratamento depende do tipo, localização e gravidade do tumor, além da idade e estado geral do paciente. Sempre que possível, a cirurgia é a primeira opção, visando a remoção máxima da lesão sem comprometer funções neurológicas.
“A radioterapia é frequentemente utilizada como complemento à cirurgia ou como tratamento principal quando a remoção não é viável. A quimioterapia, por sua vez, tem mostrado bons resultados em determinados tipos de gliomas”, explica o oncologista.
Nos últimos anos, terapias inovadoras como anticorpos monoclonais, terapias-alvo e pesquisas com células CAR-T para casos de glioblastomas recidivados vêm sendo estudadas como alternativas promissoras.
Além do tratamento oncológico, a reabilitação é fundamental para preservar a qualidade de vida. Fisioterapia, fonoaudiologia e apoio psicológico ajudam na recuperação funcional. “Muitas vezes, os pacientes precisam passar por processos de reabilitação para tentar readquirir funções perdidas”, reforça Brandão.
De acordo com a National Brain Tumor Society, a taxa de sobrevivência relativa em cinco anos para pacientes com tumores cerebrais malignos é de 35,7% nos Estados Unidos. Para o glioblastoma, esse índice cai para apenas 6,9%. Entretanto, especialistas apontam que o acesso rápido ao diagnóstico e a centros especializados pode melhorar significativamente esses números.
Prevenção: é possível evitar?
Na maioria dos casos, não. Os tumores cerebrais geralmente não têm causa conhecida e, portanto, não são considerados preveníveis. No entanto, alguns fatores de risco foram identificados, como síndromes genéticas hereditárias, exposição à radiação ionizante e certas infecções.
“Histórico familiar de tumores cerebrais ou outras neoplasias pode indicar síndromes genéticas como Li-Fraumeni, Neurofibromatose, von Hippel-Lindau, Turcot ou Esclerose Tuberosa. Além disso, infecções como Epstein-Barr e HIV, imunossupressão e exposição a substâncias como o cloreto de vinil também elevam o risco”, explica Brandão.
A recomendação dos especialistas é evitar exposições desnecessárias à radiação e realizar acompanhamento médico periódico em casos de risco genético elevado.
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