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Mulher relata morte de cadela após queima de fogos de artifício

Thais Siqueira relatou que mora em uma área de reservas ecológicas e, portanto, não esperava fogos no Réveillon

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Thais Siqueira relatou que sua cachorra morreu de susto

Estadão/Imagem cedida por Thais Siqueira

Um post no Facebook viralizou nesta segunda-feira, 1º, por mostrar as consequências que os fogos de artifício podem ter para os animais de estimação. Thais Siqueira, de Cotia (SP), publicou uma foto afirmando que sua cadela, Nina, foi vítima de fogos disparados sem responsabilidade.

Thais relata que deixou seus pets em casa e pensou que não precisaria se preocupar, pois nem Nina nem seus outros seis cachorros tinham revelado medo de fogos e nenhuma queima estava prevista para a região. "Onde moro é tranquilo e nunca tem fogos perto, sempre escutamos barulhos distantes, que nem incomodam", disse. "Escolhi (morar) aqui pois é um local que tem reservas ecológicas, lugar de preservação ambiental, e todos os vizinhos moradores amam os animais", afirmou.

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Quando voltou para casa, no entanto, encontrou Nina já sem vida. Thais afirmou que uma casa vizinha à dela foi alugada para o feriado e os ocupantes soltaram fogos, que foram parar em seu quintal, piscina e telhado. Ela e o marido decidiram abordar as pessoas que haviam alugado a casa. Eles teriam se defendido e afirmado que haviam soltado poucos fogos.

"Não posso acusar os vizinhos de ter sido proposital. Porém, como eu falei para eles, aqui não é local para isso, as pessoas que aqui moram vieram pelo sossego do lugar." Em seguida, ela e o marido conferiram as imagens das câmeras de segurança da casa e constataram que os fogos haviam caído em sua propriedade.

 

 

Reação

A veterinária da Cobasi Juliana Didiano explica que, mesmo sem ser atingida pelo artefato, a cadela pode ter sofrido uma reação que causou, por exemplo, um ataque cardíaco. "Acredito que ela pudesse ter algum problema congênito no coração - que muitas vezes não manifesta sintomas, mas ao longo da vida pode se apresentar", disse Juliana, que não teve, porém, contato com Nina.

Cães que apresentam convulsões também têm probabilidade de sofrer episódios durante queima de fogos, explica a veterinária. "Um animal em tratamento recebe uma dose de medicamento que em condições normais é eficaz. Por algum motivo, como os fogos, pode ficar mais agitado, o que eleva a excitação do sistema nervoso e diminui o limiar da convulsão."

Juliana ainda alerta que, mesmo em casos em que os fogos não são fatais, o animal pode ficar assustado e se machucar ao correr, bater em objetos ou cair em uma piscina, por exemplo.

Algumas cidades, como Ponta Grossa (PR) e Campos do Jordão (SP) tiveram queimas oficiais apenas de fogos silenciosos. Em Caçapava (SP), o artista Mauricio de Sousa suspendeu a tradicional queima de fogos em sua chácara para poupar os animais.

Thais agora luta pela conscientização. "A Nina se foi, mas me deixou uma missão. Ela era tão intensa, líder, forte, guerreira, e agora preciso fazer minha parte por ela, e por todos os casos que estou conhecendo por causa dela, pessoas estão me mandando mensagens pedindo apoio."

Com posts em grupos nas redes sociais e homenagens a Nina perto de sua casa, Thais espera convencer, com um "trabalho de formiguinha", como ela mesma define, sobre o perigo dos fogos para os pets.

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