Preta Gil morre aos 50 anos após bravíssima luta contra câncer colorretal

Preta estreou publicamente o diagnóstico no início de 2023, quando revelou tratar um câncer de intestino. Desde então, submeteu-se a uma série de procedimentos médicos intensos no Brasil e nos Estados Unidos .

Durante esse período, foi internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, passou por cirurgia de retirada de tumores – que durou cerca de 21 horas no fim de 2024 – e precisou utilizar bolsa de colostomia definitiva . Em maio de 2025, embarcou de cadeira de rodas para os EUA, buscando terapias experimen­tais após esgotar opções clínicas no Brasil .

O tratamento internacional envolvia medicamentos inovadores, com custo estimado entre R$ 30–36 milhões (aprox. US$ 7 milhões) . Apesar da gravidade do quadro, Preta manteve a esperança até o final, empenhando-se em terapias avançadas e novas promessas médicas.

Contexto e legado

Neta do cenário tropicalista – filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa – Preta nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro  . Desde muito jovem, ela utilizou sua visibilidade para confrontar preconceitos: era uma mulher preta, bissexual, gorda e fora dos padrões estéticos, e fez disso sua bandeira – em suas próprias palavras, sendo “a Preta no mundinho da Tropicália”  .

Além de sua carreira artística, destacou-se como empresária, com a Music2Mynd, empresa de marketing de influência e gestão em entretenimento. Seu ativismo englobava antirracismo, luta LGBT+ e direitos das pessoas gordas, sempre com presença midiática relevante e presença firme em desfiles, campanhas e projetos sociais.

É mãe de Francisco Gil, o músico Fran, integrante do grupo Gilsons – os dois estavam muito próximos durante a doença. A morte de Preta deixa um vazio profundo no cenário cultural, em sua família e na ampla rede de admiradores que a viam como sinônimo de resistência, criatividade e alegria de viver.