A decisão dos frigoríficos de Mato Grosso do Sul de suspender a produção de carne bovina para os Estados Unidos pode fazer com que os preços do produto caiam no mercado brasileiro. A medida foi tomada após o ex-presidente Donald Trump anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos do Brasil.
Com a nova taxação, tornou-se inviável manter os embarques aos EUA, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Como resultado, a carne que seria enviada aos americanos está sendo redirecionada para o mercado interno e para outros países.
De acordo com Alberto Capucci, vice-presidente do Sincadems, essa mudança pode resultar em preços mais baixos no Brasil, pelo menos temporariamente. “A carne já produzida para os EUA precisa ser absorvida, e parte disso está ficando no mercado doméstico”, disse.
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O analista Aldo Barrigosse também acredita em queda nos preços, mas destaca que o efeito pode ser de curto prazo. “A tendência é que haja uma negociação para retomar as exportações. Mas, enquanto isso, vamos ter mais carne circulando aqui”, explicou.
Além da carne bovina, outros segmentos devem sentir os reflexos da nova tarifa americana. Quase toda a produção de tilápia do estado tem como destino os EUA. A mineração também está em alerta: 91% do ferro gusa de MS é exportado para o mercado americano. A indústria de celulose teme recuos nas exportações.
Com os EUA fora do radar por ora, o setor busca novos mercados. O Chile e o Egito são algumas das opções em análise para receber os lotes de carne que ficaram sem destino. Porém, a adaptação a novos parceiros pode levar tempo.
O analista Fernando Henrique Iglesias lembra que o Brasil possui mais de 100 países como clientes na exportação de carne, e que a tendência é fortalecer o foco no mercado asiático. Recentemente, o Vietnã retomou as compras do Brasil e a Abiec abriu um escritório comercial na China.
O governo também mira Japão, Coreia do Sul e países do Oriente Médio como potenciais destinos para compensar as perdas com os EUA. “Vamos acelerar as negociações com mercados estratégicos do Sul Global”, declarou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Roberto Perosa, presidente da Abiec, confirmou a paralisação das linhas de produção voltadas aos EUA. Ele também demonstrou preocupação com 30 mil toneladas de carne bovina que já estão em trânsito para o país norte-americano. O volume está avaliado entre US$ 150 e 160 milhões.
Os Estados Unidos representam o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, com 12% das exportações. A China lidera o ranking, sendo responsável por 48% do volume.
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