A nota enviada anteriormente contém incorreções no título e no primeiro parágrafo. A nota do Palácio do Planalto reconheceu a preparação de "roteiro" e "estratégia" para a CPI da Petrobras, e não perguntas, como constou. Seguem o texto e título corrigidos:
O Palácio do Planalto reconheceu, em nota, que colaborou na preparação de roteiro para dirigentes da CPI da Petrobras no Senado. "Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos", disse o secretário executivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Luiz Azevedo, em nota divulgada nesta quarta-feira.
"Enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras - relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo", declarou Luiz Azevedo, justificando o seu procedimento. "Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI", afirmou Azevedo, justificando a atuação da Secretaria.
Luiz Azevedo fez questão ainda de criticar a postura da oposição de evitar a realização dos trabalhos da CPI. " Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado", prosseguiu ele, repetindo o discurso do governo que a oposição poderia estar presente à sessão da comissão e ter feito as perguntas que quisesse, só que preferiu boicotar o trabalho dela. O secretário-executivo completa que "em nenhum momento nossa atuação feriu as atribuições e soberania do Parlamento, que preserva suas prerrogativas com denodo e independência".
Hoje, mais cedo, ao falar sobre a revelação de que os depoimentos nas CPIs da Petrobras em andamento no Congresso haviam sido combinados, a presidente Dilma Rousseff negou envolvimento do Palácio do Planalto e disse que o Executivo não é "expert" em petróleo e gás e sim a Petrobras. "Me informe quem elabora as perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também", alfinetou a presidente, para complementar: "Acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela."
O comentário da presidente foi feito na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, onde Dilma participou de sabatina com presidenciáveis. Na saída do evento, Dilma foi questionada se havia esquecido de incluir a Agência Nacional do Petróleo (ANP) na expertise do setor de petróleo e gás. "Ah, é verdade. Mas a Petrobras sabe mais. Há uma simetria de informações", declarou.
O presidente da CPI da Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciaram ontem medidas para investigar as suspeitas de que houve uma combinação de perguntas e respostas entre integrantes da comissão e da cúpula da estatal.
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