Casos de intoxicação por metanol em SP chegam a 176

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) informou, nesta terça-feira (7), que o número de casos de intoxicação por metanol no estado chegou a 176. Desse total, 18 foram confirmados e 158 estão em investigação. Há também 85 casos descartados, sendo 38 apenas nas últimas 24 horas após análises clínicas e epidemiológicas.

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O número de óbitos subiu para 10, com três mortes confirmadas — dois homens de 48 e 54 anos na capital paulista e uma mulher de 30 anos em São Bernardo do Campo — e sete em investigação, ocorridas em São Paulo, São Bernardo do Campo e Cajuru.

Protocolo rápido é fundamental

A SES-SP alerta que as primeiras horas após a ingestão de bebidas contaminadas são decisivas para salvar vidas. Por isso, foi adotado um protocolo padrão para pacientes que procuram atendimento médico com sintomas após consumo de bebidas destiladas. Entre os sinais de alerta estão:

- sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas e vômitos;

- confusão mental, taquicardia, visão turva e fotofobia;

- convulsões e acidose metabólica.

Nesses casos, os profissionais tratam inicialmente como intoxicação por metanol, mesmo antes da confirmação laboratorial. A substância é altamente tóxica, podendo causar cegueira permanente e morte.

Para garantir tratamento imediato, o governo estadual distribuiu 2.500 ampolas de álcool etílico absoluto à rede pública de saúde. O atendimento médico em até seis horas após os primeiros sintomas é crucial para evitar complicações graves.

Megaoperação apreende mais de 100 mil garrafas

Uma operação conjunta da Polícia Civil e do gabinete de crise do Governo de SP apreendeu, nesta segunda-feira (6), mais de 100 mil vasilhames vazios em um galpão clandestino na Vila Formosa, zona leste da capital.

O local funcionava como “empresa de recicláveis”, mas vendia garrafas de destilados — como gins, vodcas e whiskys — para reaproveitamento ilegal. Além disso, foram apreendidas 6 mil garrafas com bebidas sem comprovação de origem.

A ação faz parte das medidas intensificadas contra a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol. Desde o início do ano, 42 pessoas foram presas em operações, sendo 21 somente nesta semana. Foram apreendidas 66 mil garrafas desde janeiro e 16 mil apenas nos últimos dias, além de mais de 15 milhões de rótulos falsificados e lacres.

Fiscalização e interdições

A força-tarefa estadual já vistoriou 18 estabelecimentos, com 11 interdições cautelares por irregularidades sanitárias — sete na capital, dois em Osasco, um em São Bernardo do Campo e um em Barueri.

A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares. Um dos locais interditados foi parcialmente liberado após decisão judicial, mas segue proibido de comercializar destilados.

Investigação e testes laboratoriais

A Polícia Civil intensificou investigações sobre a contaminação das bebidas. Duas amostras analisadas deram positivo para metanol em níveis acima do permitido. Entre as hipóteses investigadas estão o uso da substância para lavagem de embalagens e aumentar o volume de bebidas falsificadas.

O Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) da USP, em Ribeirão Preto, está analisando amostras de sangue e urina em até uma hora após a coleta, utilizando cromatografia gasosa, método padrão para detectar metanol. O Instituto Adolfo Lutz coordena a logística do transporte dessas amostras.

Como denunciar

Denúncias sobre suspeitas de bebidas adulteradas podem ser feitas pelos canais oficiais:

- Disque Denúncia 181 ou pelo site.

- Procon-SP, pelo Disque 151 ou no site do Procon que criou um atalho específico para casos relacionados a metanol.