Nesta quarta-feira, (18), será celebrado o Dia Mundial do Orgulho Autista, data criada para promover a dignidade e os direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). E um dos principais polos de expansão dessa luta é a cidade de São Paulo, onde foram inaugurados, este ano, dois centros públicos voltados ao atendimento especializado de indivíduos autistas. O município também promoveu o lançamento de uma plataforma digital voltada à melhoria da acessibilidade e dos direitos das pessoas com deficiência.
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“A criação de centros especializados, como o TEA Paulista e o Centro Municipal de Santana, é um avanço concreto na garantia de direitos e na inclusão desses cidadãos na vida em sociedade. Mas é preciso ir além: precisamos de políticas sustentáveis e intersetoriais que preparem as pessoas com TEA para o futuro, sobretudo quando os pais ou responsáveis não estiverem mais presentes em suas vidas”, afirma o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social.
Inaugurado no início de junho, o Centro TEA Paulista, localizado na Vila Leopoldina, zona oeste da capital, é o primeiro centro estadual de São Paulo voltado exclusivamente para autistas. O espaço oferece atendimento gratuito com equipe multidisciplinar, além de contar com um polo de incentivo à produção científica e um outro voltado à Empregabilidade Inclusiva (PEI); além do novo Centro de Cidadania da Pessoa com Deficiência.
Em abril deste ano, a prefeitura paulistana também abriu o Centro Municipal para Pessoas com TEA “Dra. Marina Magro Beringhs Martinez”, no bairro de Santana, zona norte da cidade. O espaço oferece suporte integral a famílias e diversas atividades, como oficinas, aulas e sessões terapêuticas.
Ambos os centros reforçam a rede de cuidados voltada às pessoas neurodivergentes e pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva e múltipla. As duas instituições estão conectadas ao Portal SP para Pessoas com Deficiência.
Preparando um futuro com autonomia
Se por um lado São Paulo investe em estrutura pública, em Florianópolis (SC) a Associação Caminhos Para a Vida (ACV) dá exemplo de como a sociedade civil também pode atuar na construção de maior autonomia para pessoas com TEA. A entidade foi criada a partir de um dilema enfrentado por milhares de famílias no Brasil: "O que será dos nossos filhos com deficiência quando não estivermos mais aqui?”
Atualmente, a ACV atende jovens diagnosticados com TEA, deficiência intelectual, paralisia cerebral ou Síndrome de Angelman. Com sede no bairro da Trindade, a instituição oferece atividades de segunda a sexta-feira, incluindo oficinas de fisioterapia, psicologia, pedagogia e educação física, além de hospedagem nos fins de semana. Cada educando custa cerca de R$ 190 por dia e os familiares colaboram com o que podem. Para complementar os recursos, a associação organiza um brechó e recebe doações de roupas, alimentos, produtos de limpeza e contribuições em dinheiro.
“O cuidado não pode ser interrompido com a ausência dos pais. Precisamos urgentemente de políticas públicas que ofereçam suporte real a essas pessoas e suas famílias, com centros residenciais, projetos de moradia assistida e incentivos para o terceiro setor”, alerta o defensor público.
Neste Dia Mundial do Orgulho Autista, o chamado é claro: é hora de unir esforços entre Estado, sociedade, instituições e iniciativa privada para garantir cuidado, dignidade e inclusão às pessoas com TEA — não apenas durante a infância, mas em todas as fases da vida, inclusive na maturidade.
“O autismo não é uma condição passageira. O orgulho autista é uma afirmação de existência, de identidade e de direitos. Precisamos enxergar além do diagnóstico e construir um país em que a inclusão seja permanente, e não apenas comemorativa”, conclui André Naves.
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