A família do representante comercial Luciano da Conceição Ferreira Freire que, segundo o Ministério Público Federal foi sequestrado e morto pelos índios da etnia tenharim, em dezembro de 2013, em Humaitá, sul do Amazonas, entrou com pedido de indenização de R$ 12,5 milhões contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a União.
A ação, protocolada na 3ª Vara da Justiça Federal do Amazonas, pede o pagamento de indenização por danos morais de R$ 5 milhões à viúva, Adriana dos Santos Lopes, e de valor igual ao filho do casal, Luidy Lopes Freire, além de danos materiais no valor de R$ 2,5 milhões. A vítima tinha 29 anos e ganhava cerca de R$ 5 mil mensais quando foi morta.
De acordo com o advogado Carlos Terrinha, ficou comprovado que, no dia 16 de dezembro, Luciano seguia de carro pela Rodovia Transamazônica na companhia de Steff Pinheiro de Souza e Aldeney Ribeiro Salvador, quando foi sequestrado por um grupo de indígenas.
Conforme o inquérito acolhido pela Justiça Federal, os três homens foram torturados, mortos e enterrados no interior da terra indígena dos tenharins, supostamente para vingar a morte de um cacique, Ivan Tenharin, ocorrida doze dias antes num acidente de moto.
Os índios esconderam o ocorrido, o que acabou gerando um clima de revolta na região. Instalações indígenas de Humaitá foram depredadas e incendiadas. A Força Nacional foi enviada para a região. Os corpos só foram encontrados 46 dias após o crime. Seis índios, entre eles três caciques, foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado e estão presos. O julgamento ainda não foi marcado.
Conforme o advogado, a Funai praticou atos que levaram ao desfecho do caso, como a permissão para que os índios cobrassem pedágio na Transamazônica. Até a noite desta segunda-feira, dia 4, a Funai não tinha sido notificada sobre a ação.
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