Museu da Iluminação e Energia é inaugurado em Ilhabela

Na sexta-feira (5), no bairro Água Branca, em Ilhabela, foi inaugurado o Museu da Iluminação e Energia, projeto que contou com a curadoria do Dr. Plácido Cali, arqueólogo e historiador.

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“Como sempre Ilhabela traz muitas surpresas e informações interessantes. Na então Villa Bella, desde o séc. XVIII, o recurso era o óleo. Tivemos aqui iluminação através de lamparinas e candeeiros alimentados por óleo (e azeite), principalmente vindo das armações das baleias. Depois veio a introdução da querosene (lamparinas) quando, em 1888, foi inaugurada a iluminação pública da Vila, com candeeiros de querosene'', disse o Dr. Plácido.

O historiador explica que a chamada lâmpada de óleo de pavio consistia de um pequeno recipiente no formato de bule, cujo pavio produzia uma luz fraca e uma fumaça incômoda.

A primeira referência documental de iluminação da então “Villa Bella” é de 1886 e registra o valor de “hum conto de réis” para iluminação da Vila.

“Anos depois foi substituído por energia a gás, através da queima do carbureto. Saiam várias tubulações de cobre e chegavam às casas e postes de iluminação pública. Até que em 1920 foi inaugurada a primeira usina hidrelétrica de Ilhabela, que também foi a primeira do Litoral Norte” explica o historiador.

A usina funcionou até 1958 quando o DAEE construiu uma usina hidrelétrica aproveitando as águas da Cachoeira Água Branca. “Tempos depois foram adquiridos pela CESP 5 geradores a diesel e funcionaram até o final da década 70, quando chegaram os cabos de energia submarina. Foi um longo processo e aqui no Museu registramos toda essa história” concluiu.

O Secretário de Cultura, vereador Marquinhos Guti (DEM), em discurso de despedida, já que vai concorrer à reeleição, agradeceu ao prefeito Antonio Colucci pela oportunidade de estar à frente da secretaria até o momento. “Eu gosto de me supercar. Acho que o trabalho está entregue em alto nível, com grande taxa de aprovação pela sociedade, acima de 90%, e isso não se faz sozinho, razão pela qual quero agradecer a todos os funcionários”.

O vereador Dr. Tiago Santos (SOLIDARIEDADE), Secretário de Habitação e Gestão Territorial de Ilhabela, observou tratar-se de “mais uma inauguração” e estar feliz “por fazer parte desse grupo”. Observou a importância do trabalho desenvolvido pelo Secretário de Cultura, citando os parques e locais de eventos sempre movimentados, dando retorno à população e aos turistas, que buscam não apenas praias, mas também cultura.

O prefeito Antonio Colucci observou sobre a felicidade de ver mais um ideal realizado. “Quando assumi a prefeitura em 2009 esse local era um depósito de sucata, de motores e fios de cobre. Naquele momento havia ainda a anotação feita pelo Ministério do Turismo e Embratur sobre a falta de atrativos culturais em Ilhabela”.

Iniciou-se então um planejamento de venda de todo material, visando captação de recursos e a idealização do museu, preservando alguns equipamentos exatamente para contar a história.

Lembrou o secretário Cezar de Tullio, então Secretário de Governo de Ilhabela, com quem iniciou esse projeto e que “agora deve estar feliz onde estiver, vendo mais uma coisa que a gente planejou há tanto tempo atrás, que não conseguiu finalizar por completo, embora estivesse pronto em 2015 a 2016, mas não deu tempo de fazer o museu”.

E complementa que tudo isso tem que entrar na história da ilha. “Nós sabemos a importância dos museus para uma cidade turística, como o Museu da Cachaça e Museu da Consciência Negra em Ilhabela. Para uma cidade ser respeitada, ela tem que contar a sua história. Ilhabela tem muito para contar e temos que valorizar isso. Embora eu não a conheça (a história), porque não a vivi, corro atrás para conhecer e nos unimos em esforços para transmitir esse conhecimento”.

Confira fotos da inauguração