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Atletas paralímpicos começam a desembarcar na França

Saiba tudo sobre os jogos que começam no dia 28

Escrito por Meon

12 AGO 2024 - 15H03 (Atualizada em 12 AGO 2024 - 15H28)

Foto: Alessandra Cabral/CPB

A delegação brasileira que representará o país nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 começa a embarcar para a França nesta segunda-feira (12).

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As primeiras Seleções a viajarem para solo francês serão as de tênis de mesa, remo e vôlei sentado. Juntas, elas totalizam 72 pessoas, sendo 46 atletas com deficiência e um timoneiro. 

Após chegarem a Paris, as três equipes irão passar por um período de aclimatação em Troyes, cidade a 160km da capital francesa. Deixarão o município em direção à Vila Paralímpica no dia 21 de agosto, uma semana antes da cerimônia de abertura na Champs-Élysées.

Entre os primeiros atletas brasileiros que chegarão à França está a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8 (limitação físico-motora moderada), que é a mulher mais jovem da delegação do Brasil nos Jogos de Paris. Também está a jogadora paulista de vôlei sentado Suellen Dellangelica Lima, campeã mundial da modalidade em 2022.

“Eu estou muito ansiosa. Uma ansiedade boa, de querer competir, de voltar a uma edição dos Jogos Paralímpicos depois de oito anos. Estou com uma expectativa muito grande para atuar bem e brigar para uma vaga na final”, disse Suellen, que também tem uma medalha de bronze em Jogos Paralímpicos, conquistada na edição do Rio 2016.

Outro destaque entre os primeiros brasileiros na França é a remadora Alina Dumas, nascida em Buenos Aires, Argentina, e naturalizada brasileira neste ano.

 A mesatenista catarinense Bruna Alexandre está na Europa porque foi convocada para os Jogos Olímpicos e ficará direto na França para a disputa dos Paralímpicos.

Confira os detalhes do evento:

Na capital francesa, os brasileiros terão a sua maior participação na história dos Jogos Paralímpicos fora do Brasil. Serão 254 atletas com deficiência na competição na capital francesa. Ao todo, também foram convocados 19 atletas-guia ( 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, totalizando 279 competidores na capital francesa.

Essa já é a maior delegação brasileira convocada para uma edição dos Jogos fora do Brasil. Antes, a maior equipe nacional era de 259 convocados em Tóquio 2020. O recorde de participantes do país foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas com deficiência em todas as 22 modalidades já classificadas automaticamente. Em Paris, o Brasil também registrará a sua maior participação feminina na história dos Jogos Paralímpicos.

Ao todo, 22 dos 26 estados do Brasil, além do Distrito Federal, estarão representados na delegação brasileira que vai disputar os Jogos. A maioria dos atletas é nascida no Estado de São Paulo. São 71 dos 254 convocados, ou 28% do total da equipe brasileira que disputará a competição.

Maior medalhista

O pernambucano Phelipe Rodrigues é o brasileiro convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição. O nadador da classe S10 (limitação físico-motora) conta com oito pódios paralímpicos na carreira.

Nascido em Recife, no dia 10 de agosto de 1990, Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou – de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.

Atleta com mais participações

Paris também marca a sexta participação da nadadora cearense Edênia Garcia, 37, em uma edição de Jogos Paralímpicos. A nadadora é a única convocada para o megaevento na França a conquistar a marca, após também ter competido em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.

Estreantes

Dos 254 atletas com deficiência convocados, 88 jamais estiveram em uma edição de Jogos. O número de estreantes representa 34,64% do total dos atletas que vão competir pelo Brasil na capital francesa.

A modalidade com mais novatos em Jogos Paralímpicos é o atletismo. Dos 70 atletas com deficiência convocados para o evento, 23 vão estrear na competição em Paris. São 33% do total da Seleção Brasileira da modalidade convocada para competir nas provas de pista, saltos e campo no Stade de France. Judô e natação são outras duas das modalidades com mais estreantes em Jogos nas suas equipes convocadas, com nove atletas debutantes cada.

Caçulas e veteranos

O atleta mais novo da delegação brasileira que irá a Paris 2024 é o paulista Victor dos Santos Almeida, da classe S9 (limitação físico-motora), que completou 16 anos no último dia 19 de maio. Apesar da pouca idade, Vitinho, como é conhecido, já tem experiência internacional. Em novembro do ano passado, com 15 anos, foi campeão parapan-americano nos 100m costas, em Santiago, no Chile.

Somente entre as mulheres, a mais jovem é a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8. Estreante em Jogos Paralímpicos, a atleta possui uma medalha de prata das chaves individuais dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, no Chile, e dois bronzes nas disputas de duplas da mesma competição. Ela completa 17 anos em dezembro de 2024.

Por outro lado, o cearense Eugênio Franco, 64, será o atleta mais velho da delegação brasileira. Campeão Parapan-Americano em Santiago, o atleta iniciou no tiro com arco em 2011 quando desenvolvia estágio de pós-doutorado em Portugal.

Entre as mulheres, a mais experiente será a paulista Beth Gomes, 59, medalhista de ouro na prova do lançamento de disco da classe F52 (atletas que competem sentados) nos Jogos de Tóquio 2020. Após uma reclassificação, Beth competirá pela classe F53 nos Jogos de Paris.

Primeiro aluno nos Jogos

Os Jogos de Paris marcam a primeira participação de um aluno da Escola Paralímpica de Esportes em uma edição do megaevento paralímpico. O maranhense André Martins, 21, foi formado a partir do projeto idealizado e realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha, como é carinhosamente chamada, surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Participação feminina

Dos 254 atletas com deficiência convocados, 116 são mulheres, ou 45,67% do total dos competidores. O número representa a maior convocação feminina brasileira na história dos Jogos Paralímpicos tanto em quantidade quanto em termos percentuais. As atletas que estarão na capital francesa serão em maior quantidade em Paris do que na edição de 2016, no Rio de Janeiro, quando o Brasil teve 102 mulheres, o que representou 35,17% do total da delegação.

Já em termos percentuais, a maior representatividade de mulheres na delegação havia sido em Tóquio 2020, quando 41,03% do total dos convocados eram do sexo feminino – 96 ante os 138 homens. O aumento da participação das atletas em todas as modalidades paralímpicas é um dos pilares do planejamento estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisado em 2021.

Maioria paulista

Ao todo, 22 dos 26 estados do Brasil, além do Distrito Federal, estarão representados na delegação brasileira que vai disputar os Jogos. A maioria dos atletas é nascida no Estado de São Paulo. São 71 dos 254 convocados, ou 28% do total da equipe brasileira que disputará a competição.

Os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 22 atletas oriundos cada, contam com a segunda maior representatividade na Seleção Brasileira paralímpica que competirá em Paris 2024. Os Estados do Paraná, com 20, do Rio Grande do Sul, com 13, do Rio Grande do Norte, com 12, e Santa Catarina e Distrito Federal, ambos com nove, também estão entre os locais com mais representantes na delegação.

Abertura

Pela primeira vez a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos será realizada fora de um estádio. No dia 28 de agosto, os 4.400 atletas, de 184 países, começarão seu desfile na parte inferior da Champs-Elysées e chegarão à maior praça de Paris, que oferece uma vista do Louvre e do Jardin des Tuileries, no lado leste, até o Arco do Triunfo.

No percurso, os atletas desfilarão por alguns dos mais belos marcos da capital francesa, localizados ao longo da rota entre os Champs-Elysées e a Place de la Concorde.

Programação

As disputas em Paris terão início no dia seguinte à cerimônia de abertura, 29 de agosto, uma quinta-feira, com rúgbi em cadeira de rodas, taekwondo, tiro com arco, bocha, tênis de mesa, goalball, basquete em cadeira de rodas, badminton, natação, vôlei sentado e ciclismo. As primeiras medalhas serão entregues neste mesmo dia no taekwondo (três medalhas), natação (16 medalhas) e ciclismo (quatro medalhas).

A tabela completa, com o horário local, está disponível neste link e está sujeita a alterações até o final dos Jogos.

Premiações

O CPB ampliou os valores que serão repassados aos campeões, vice-campeões e terceiros colocados na capital francesa em 56,25% na comparação com as premiações oferecidas nos Jogos de Tóquio 2020. Os medalhistas de ouro em provas individuais receberão R$ 250 mil por medalha, enquanto a prata renderá R$ 100 mil cada e o bronze, R$ 50 mil.

O título paralímpico em modalidades coletivas, por equipes, revezamentos e em pares (bocha) valerá um prêmio de R$ 125 mil por atleta. Já a prata, neste caso, será bonificada com R$ 50 mil e o bronze, com R$ 25 mil. Demais integrantes das disputas, atletas-guia, calheiros, pilotos e timoneiros, vão receber 20% da maior medalha conquistada por seu atleta e 10% do valor correspondente a cada pódio seguinte.

Medalhas

O Brasil tem 373 medalhas conquistadas em Jogos Paralímpicos, em 11 edições. Ou seja, está a 27 da 400ª. A primeira vez em que o país foi ao pódio no evento faz 48 anos, nos Jogos de Toronto, Canadá, em 1976. Os responsáveis foram Luiz Carlos da Costa e Robson Sampaio de Almeida, dupla masculina do Lawn Bowls (um esporte parecido com a bocha, porém, disputado na grama). À oportunidade, eles ficaram com a prata.

A melhor campanha do Brasil nos Jogos foi a última, em Tóquio 2020, ocasião em que a delegação brasileira ficou na sétima posição, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 no total.

Na história, o Brasil tem 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, sendo que o top-3 de modalidades que mais garantiram pódios paralímpicos ao país é formado por atletismo (170 medalhas – 48 ouros, 70 pratas e 52 bronzes), natação (125 medalhas – 40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes) e judô (25 medalhas – cinco ouros, nove pratas e 11 bronzes).

Em seu Planejamento Estratégico 2022-2024, o CPB se propõe a realizar uma campanha em Paris igual ou superior à realizada em Tóquio, com uma expectativa de conquistar de 70 a 90 pódios. Outra meta do Comitê é que o Brasil se mantenha no top-8 do quadro de medalhas.

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