Maduro mobiliza 4,5 milhões de milicianos na Venezuela

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (18) o envio de mais de 4,5 milhões de milicianos para diferentes cidades do país como parte de um “plano de paz” do governo. A declaração foi feita durante uma reunião televisionada com governadores e prefeitos em Caracas, ao lado do ministro da Justiça, Diosdado Cabello.

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Segundo Maduro, o objetivo é garantir a presença da Milícia Nacional Bolivariana em todo o território nacional. “Ativarei um plano especial para garantir a cobertura com mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional. Milícias preparadas, ativadas e armadas”, disse.

O plano prevê a criação dos chamados “quadrantes de paz”, voltados, de acordo com o regime, à defesa da soberania, da integridade territorial e da segurança. O ditador também anunciou a formação de três zonas de desenvolvimento e segurança na fronteira com a Colômbia, mas não detalhou como funcionarão.

A Milícia Nacional Bolivariana é um braço das Forças Armadas criado por Hugo Chávez para apoiar os militares regulares. Os integrantes, em grande parte voluntários, recebem treinamento básico e acesso a armas. Embora o governo defenda que atuam em segurança interna e projetos sociais, críticos acusam os milicianos de exercer papel paramilitar e de serem usados para repressão política. Relatórios da ONU já registraram casos de perseguição a defensores de direitos humanos atribuídos à atuação da milícia.

O anúncio ocorre em meio ao agravamento das tensões diplomáticas com os Estados Unidos. No último dia 7, o governo americano dobrou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, elevando o valor de US\$ 25 milhões para US\$ 50 milhões. A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmou que o líder venezuelano mantém vínculos com organizações criminosas como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.