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Vaticano afirma que foi Jesus, não Maria, que salvou o mundo

Conclusão veio de novo decreto aprovado pelo papa Leão XIV

Escrito por Rubens Baracho

04 NOV 2025 - 23H11 (Atualizada em 04 NOV 2025 - 23H24)

Remo Casilli/Reuters

O Vaticano anunciou nesta terça-feira (4) uma nova diretriz que orienta os 1,4 bilhão de católicos em todo o mundo a não se referirem à Virgem Maria como “corredentora”, reafirmando que somente Jesus Cristo é o salvador da humanidade.

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A decisão foi publicada em um decreto aprovado pelo papa Leão XIV, elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, principal órgão doutrinário da Igreja Católica. O documento busca encerrar décadas de debate teológico sobre o papel de Maria na redenção, tema que dividiu estudiosos e pontífices ao longo do último século.

“Não seria apropriado usar o título ‘corredentora’. Esse termo pode gerar confusão e desequilibrar a harmonia das verdades da fé cristã”, afirma o texto oficial.

De acordo com a doutrina católica, Jesus redimiu a humanidade por meio de sua crucificação e morte, e, embora Maria tenha tido um papel essencial como mãe do Salvador, não compartilhou diretamente da missão redentora.

A discussão sobre o título de “corredentora” ganhou força no século 20, quando teólogos e fiéis passaram a defender que Maria teria cooperado espiritualmente na salvação da humanidade. Contudo, a Igreja sempre tratou o tema com cautela.

O falecido papa Francisco, que morreu em abril de 2025, já havia se manifestado contra o uso do termo. Em 2019, ele chegou a chamá-lo de “tolice”, afirmando que Maria nunca quis tirar nada do seu filho para si mesma. O papa Bento XVI também rejeitava o título, enquanto João Paulo II chegou a mencioná-lo em discursos, mas abandonou o uso público após divergências internas.

A nova instrução, porém, reconhece o papel de Maria como intercessora entre Deus e a humanidade. O documento ressalta que, ao aceitar dar à luz Jesus — conforme narra o Evangelho —, Maria “abriu os portões da Redenção que toda a humanidade aguardava”, mas sem dividir o ato redentor com o próprio Cristo.

Com a decisão, o Vaticano reforça a centralidade de Jesus Cristo na doutrina da salvação e busca uniformizar a forma como os fiéis e líderes da Igreja se referem à figura de Maria, considerada um modelo de fé, humildade e obediência.

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