O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em entrevista ao jornal norte-americano *Washington Post*, publicada nesta segunda-feira (18), que não há possibilidade de recuar em suas decisões relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos processos que apuram a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Moraes também comentou as sanções impostas a ele pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. "Não há a menor chance de recuar um milímetro sequer. Não há chance de recuarmos no que precisa ser feito. Digo isto com completa tranquilidade", declarou.
O ministro é relator da ação penal que investiga a tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder. A Procuradoria-Geral da República denunciou 34 pessoas, das quais 31 já se tornaram rés no STF, incluindo o ex-presidente. O julgamento do chamado "Núcleo 1" da denúncia está marcado para setembro.
Na entrevista, Moraes afirmou que o Brasil foi "infectado pela doença da autocracia" e que cabe à Justiça aplicar a "vacina". Para reforçar sua visão, citou os períodos de autoritarismo vividos pelo país no século XX. "Entendo que para a cultura norte-americana é difícil compreender a fragilidade da democracia, porque nunca houve um golpe de Estado lá. Porém, o Brasil teve vinte anos de ditadura sob Getúlio Vargas, outros vinte de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe", disse.
O magistrado ainda defendeu a legalidade da ação penal, destacando que 179 testemunhas já foram ouvidas. Questionado se teria acumulado poder excessivo no STF, respondeu que suas decisões foram revisadas mais de 700 vezes pelos colegas da Corte e nenhuma foi revertida.
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