A internet tem se tornado palco para reações de posicionamentos políticos e ideológicos. Nesta quarta-feira (20), uma reportagem sobre a Marcela Temer, esposa do atual vice-presidente Michel Temer, publicado pela revista Veja, gerou uma grande repercussão nas redes sociais.
A matéria publicada na segunda-feira (18), foi intitulada “Marcela Temer: bela, recatada e ‘do lar’” e terminou com um singelo posicionamento da jornalista, Juliana Linhares, valorizando o vice-presidente. “Michel Temer é um homem de sorte”, encerra a reportagem.
O descontentamento das feministas e dos simpatizantes que lutam pela desconstrução dos padrões impostos por uma sociedade ainda resistente, viralizou através de imagens particulares. Os internautas começaram a divulgar fotos e memes que são contrários ao “bela, recatada e do lar”, como a matéria apresentou.
“Acredito que se a sociedade olhasse para as mulheres com um olhar humano, iria entender que o fato de um movimento para pedir que as mulheres sejam tratadas com respeito, dignidade e igualdade ter que existir chega a beirar o absurdo, porque ninguém deveria ter que lutar por direitos que deveriam ser garantidos a todo ser humano . O feminismo existe para garantir que as mulheres - todas elas, as belas, as recatadas, as indiscretas, as do lar e as trabalhadoras - possam ser tratadas como o que elas são: seres humanos, pensantes, com sentimentos e ambições, fragilidades e forças”, explica a bacharel em letras, Val Serra, de 25 anos.
A repercussão nas redes sociais trouxe a discussão sobre a liberdade feminina novamente para o cotidiano e, segundo as mulheres que se posicionam à frente dessa luta, a discussão é muito importante para o conhecimento e mudança de pensamento das pessoas.
“Todo debate é válido e quando as pessoas criticam um padrão que há muito tempo vem sendo reafirmado na sociedade, isso é um grande passo para começarmos a mudar a forma como enxergamos velhos modelos. Mesmo que em algumas postagens a discussão seja feita em tom de brincadeira, acredito que é melhor falar a respeito do que se calar”, completa Val Serra.
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