Principal dificuldade das associações é a falta de investimento
Reprodução/Facebook/Gaia
Sem repasse de recursos para os atendimentos, duas associações sem fins lucrativos que cuidam de crianças e adolescentes com autismo precisam de doações de dinheiro para não encerrar as atividades em São José dos Campos.
"O desafio para 2014 é manter as portas abertas, oferecendo um serviço de qualidade a um número maior de pessoas. Hoje temos uma demanda reprimida de 150 pessoas que não têm recursos financeiros e que precisam dos atendimentos que o Gaia (Grupo de Apoio ao Indivíduo com Autismo) oferece. Elas estão aguardando uma vaga subvencionada pelo governo ou por investidores sociais", conta Sara Lúcia Ribeiro, presidente do Gaia de São José.
"Precisamos eliminar o custo das despesas com aluguéis, obtendo imóvel próprio e com mais espaços para ampliar os atendimentos. Hoje, alugamos duas casas para desenvolver os serviços. A ideia é atrair investidores sociais para apadrinharem o tratamento de crianças e os projetos com adolescentes e adultos", revela Sara.
O Gaia é uma associação sem fins lucrativos e atende pessoas diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Atualmente, a associação atende 35 pessoas, entre crianças e adultos, e emprega 25 profissionais das áreas de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e psiquiatria.
"No Brasil, a média da idade de acesso ao diagnóstico é nove anos e o tratamento especializado que atende, efetivamente, as suas demandas é privilégio de muito poucos, ainda que seja um direito de todos. Também tem a situação dramática dos jovens e adultos que vivem uma precariedade absoluta de serviços de assistência e cuidados de toda a ordem. O vilão desta triste história é a falta de investimento nesse público", conclui Sara.
A responsável pela Ação Autismo, também de São José, Cláudia Guedes, faz coro às palavras de Sara. "Sobrevivemos de doação de pessoas. Ainda não recebemos nenhuma verba municipal, estadual ou federal, então, para bancar todas as despesas, desde o pagamento de aluguel até as compras de material, dependemos das doações", conta.
A associação atende há mais de um ano 18 crianças de São José dos Campos, com serviços de terapia ocupacional e pedagógica. "Não fazemos outros serviços porque não temos espaço e verba, então tentamos fazer bem feito essas duas, utilizando uma técnica vinda dos Estados Unidos, chamada aqui no Brasil de Análise Aplicada de Comportamento", conta Cláudia.
Para Cláudia, os materiais didáticos distribuídos para as crianças com autismo também deveriam ser diferentes das demais crianças. "Eu, por exemplo, tenho um filho autista, que recebeu o kit escolar distribuído pela prefeitura. Mas para ele não serve, essas crianças precisam de brinquedos e materiais diferenciados", conta.
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