Ao todo, 80 mil bolsistas podem ter o trabalho de pesquisa interrompido por falta de verba
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Ainda sem ter a certeza se as bolsas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) serão mantidas até o final do ano, pesquisadores que dependem do valor recebido para manter os trabalhos convivem com a angústia sobre o que pode acontecer no futuro.
Para manter as 80 mil bolsas, o Ministério da Ciência e Tecnologia tenta a liberação de R$ 330 milhões junto ao ministro da Economia Paulo Guedes.
Durante visita a Taubaté na última segunda-feira (26), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse ao Meon que o orçamento do ministério vai até setembro, já que a pasta sofreu um corte de 42% no início do ano. “Naquela ocasião, nós tivemos que priorizar o que eu faria com o orçamento e não tivemos nenhum corte nas nossas unidades de pesquisas e nem nas bolsas do CNPq. E nós já sabíamos que o orçamento iria até setembro, isso é uma coisa que eu tenho falado repetidamente desde o começo do ano”, afirmou o ministro.
Neste cenário, uma das estudantes que vive esse momento de incerteza é a carioca Renata Ribeiro, de 27 anos. Morando há três anos em São José dos Campos, ela faz doutorado no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) onde estuda sobre modelos de desenvolvimento na Amazônia, visando a diminuição do desmatamento e a melhoria da economia nas comunidades locais.
Recebendo uma bolsa de R$ 2.200 por mês, Renata afirmou que essa instabilidade é vivida desde o início do ano.
"Agora a coisa está mais complicada, pois parece que não tem mais verba e a maioria de nós depende dessa bolsa", afirmou Renata que ainda espera a definição dessa situação nos próximos dias.
"Viver de ciência no Brasil sempre foi muito difícil. E não dá para arrumar outro emprego, porque a dedicação à pesquisa é integral", completou.
Verba
O ministro Marcos Pontes afirmou que vai recorrer ao Ministério da Economia e tentar uma verba para complementar um crédito limite e, assim, conseguir pagar as bolsas de pesquisadores.
“A gente tá falando de uma quantia de R$ 330 milhões que são necessários para essas bolsas. Há que se compreender que são mais de 80 mil pesquisadores. E nós estamos trabalhando com essa expectativa e no final das contas, isso é a cargo do Ministério da Economia, que tem essa responsabilidade agora”, disse.
O Meon entrou em contato com o Ministério da Economia que informou, por meio de nota, que "todas as dificuldades em relação às restrições orçamentárias estão sendo analisadas não apenas pelo Ministério da Economia, como também pela Junta de Execução Orçamentária.
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