Sepulturas quebradas exemplificam o descaso da administração e de famílias com o cemitério
Francisco Assis/Jornal Atos
O “descanso eterno” não parece certeza em Aparecida. Com dois cemitérios, a cidade é mais uma vez foco de problemas para os mortos e seus familiares. Enquanto a passagem de um bondinho sobre o Cemitério Santa Rita virou polêmica em 2014, no Cemitério Pio XII a falta de estrutura, espaço e obras de recuperação geram novas reclamações.
O cemitério, próximo ao Alto do Cruzeiro (uma das ligações do bondinho), apresenta uma série de problemas. Parte do muro caiu em 2006, devido à forte chuva que causou outros estragos pela cidade. Desde então, uma solução paliativa continua a separar os túmulos da rua: uma cerca de arame, que não impede nem mesmo galinhas de passearem pelos corredores do cemitério, ciscando pelo mato que divide espaço com as sepulturas.
Os problemas seguem com a má conservação dos túmulos. Vários apresentam rachaduras, alguns estão praticamente destruídos devido à falta de manutenção e cuidados das famílias, que abandonam os jazigos. Apenas quatro funcionários são responsáveis pelo trabalho de limpeza, manutenção e enterros no cemitério.
Outra situação é a falta de espaço para novos sepultamentos. O tema é recorrente. O vereador Adval Benedito Coelho (PPS) voltou a destacar o problema, com requerimento encaminhado no inicio de março. Segundo ele, o assunto é debatido desde 2005. “Já faz um bom tempo que discutimos sobre isso, mas a Prefeitura nunca resolve. Desta vez eles responderam com a promessa de ampliar a estrutura”.
Segundo Coelho, a secretaria de Obras garantiu que trabalha a construção de 150 novas sepulturas. “Hoje, o cemitério não tem lugar para novos sepultamentos. Pedimos ampliação, criação de gavetas ou outra saída, porque não há como ficar assim”. O vereador disse ainda que o empecilho para a obra é a liberação de uma verba, que deve ser encaminhada pelo governo do Estado. A Prefeitura não revelou os valores.
Uma saída para o pouco espaço seria a busca de acordos para o uso de áreas próximas ao Pio XII. Logo acima do cemitério, um amplo terreno seria de propriedade do Santuário Nacional. Em outra extremidade do cemitério (separada pela cerca de arame), uma área de um morador da cidade é tomada pelo mato alto.
Passado
Já em 2006, a Prefeitura de Aparecida estudava uma saída para os problemas com a falta de espaço. Um projeto de lei buscava permissão para alugar jazigos perpétuos na cidade. Na época a Prefeitura destacou que o problema foi causado pelo uso do cemitério por famílias de Potim, que ainda não possuía seu próprio cemitério municipal.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a secretaria de Obras de Aparecida não foi encontrada até o fechamento desta edição para comentar os problemas no Pio XII.
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