Por Cris Lopes Em RMVale

Criança aguarda consulta com psicólogo há quatro meses pelo Centro de Reabilitação

2014_cadeirante_saosebastiao_saudeq_jorgemesquitaimprensalivre

Menina de 9 anos precisa de hidroterapia,
mas atividade foi suspensa há três meses

Jorge Mesquita/Imprensa Livre

Dar andamento aos tratamentos de reabilitação da filha Luiza, de 9 anos, cadeirante, em São Sebastião está cada vez mais difícil para a mãe Francília Pinheiro da Silva, de 28 anos, do lar, moradora da Enseada. Ela tem enfrentado dificuldades em agendar consulta com psicólogo e iniciar, o quanto antes, as sessões de hidroterapia no Centro de Reabilitação de São Sebastião, localizado no Centro de Saúde da Topolândia.

“Fui orientada na escola a procurar atendimento psicológico para a minha filha e nos colocaram na lista de espera – isso já tem uns quatro meses”, declarou a mãe que revelou outra dificuldade do CR em atender a criança. “A fisioterapeuta dela a encaminhou para a hidroterapia, mas ela ainda não começou porque a piscina está quebrada há três meses”. A mãe se diz cansada. “Parece que é só a minha filha que precisa desses tratamentos, mas não é; o problema é que ninguém reclama. Aí não acontece nada mesmo ou demoram mais para resolver as coisas”, desabafa.

Há poucos meses, Francília também relatou a dificuldade em conseguir, de maneira regular, transporte para Luiza comparecer às sessões semanais de equoterapia na Acalento (Associação de Apoio ao Desenvolvimento Humano), em Caraguá, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde). “Eles nos levavam a cada 15 dias, mas já deixamos de comparecer ao tratamento nas duas últimas vezes por não haver carro disponível; agendo dois dias antes e quando ligo para confirmar, um dia antes, falam que não tem como atender”, alega. Como os atendimentos na Acalento são semanais, naquelas em que não tem o carro da Saúde, conta com a ajuda de outra mãe cuja filha também faz tratamento no local. “Ela tem carro e quando as duas meninas têm sessões no mesmo dia, ela nos dá carona, o que ajuda bastante”, relata.

Antes de contar com o apoio da Sesau e da outra mãe, Francília e a filha precisavam tomar três conduções (seis viagens ao todo) para ir e para voltar dos atendimentos. “A gente pegava o ônibus da Enseada até o Canto do Mar; de lá, algum da Praiamar ou da Litorânea para chegar até o Porto Novo; e depois, um outro ônibus, via praia, para chegar até a Acalento. Depois da sessão, fazia o mesmo percurso de volta”, explica Francília. A isenção da tarifa no transporte público alivia o custo, mas não o percurso cansativo.

A falta de uma cadeira de rodas adequada para a criança também atrapalha. “A cadeira é grande para ela e tem aparecido algumas escoriações no corpinho dela”, diz a mãe. Um novo equipamento teria sido solicitado ao Governo do Estado há cerca de oito meses. Há cerca de dois meses, quando questionada pelo mesmo motivo, a Sesau declarou que “cabe ao governo do Estado, por meio do Centro de Reabilitação Lucy Montoro entrar em contato com a paciente para que as medidas da criança e o tamanho ideal da cadeira sejam calculadas e providenciada a sua cadeira”. Ainda de acordo com a mãe, “até o momento, nenhum contato foi feito”.

Providências
Em resposta aos questionamentos da moradora, a Sesau confirmou a saída de um profissional de psicologia do CR por final de contrato. Apenas uma psicóloga –que está de férias– ficou responsável pelo atendimento de crianças, jovens e adultos. No entanto, a pasta garante que “já estão em andamento as providências para corrigir a situação”, apesar de não citar prazo.

Sobre a piscina instalada no Centro de Reabilitação, a secretaria disse que foram constatados alguns problemas, cuja previsão de ajustes é de até 20 dias. Há relatos, inclusive, de pacientes da hidro de irritação da pele e ardência nos olhos, segundo eles, por excesso de cloro na água. Sobre isso, “a Sesau orienta a todos os pacientes formalizarem a ocorrência para que os profissionais possam identificar a causa dessas irritações por meio de exames”.

Em explicação à falta de carros à disposição para o deslocamento da criança até a Acalento, em Caraguá, a Sesau declarou que “houve aumento do número de pacientes em tratamento fora do município, sendo necessária uma reprogramação no setor de transporte”.

Lucy Montoro
Sobre a questão do pedido por uma nova cadeira de rodas para Luiza, feito em fevereiro pela fisioterapeuta que atende a criança, ao CRLM (Centro de Reabilitação da Rede Lucy Montoro), a instituição alegou precisar saber para qual das 17 unidades teria sido encaminhado o pedido, mas o expediente da assistência social do CR já havia sido encerrado.

Convém ressaltar, no entanto, que o Governo do Estado anunciou para a cidade de São Sebastião, uma unidade do CRML, que atenderá todo o Litoral Norte na reabilitação física e no fornecimento de órteses e próteses para deficientes físicos. Em contato com a Secretaria de Estado da Saúde, o Departamento Regional de Saúde de Taubaté que “a possibilidade de implantação de uma unidade da Rede Lucy Montoro em São Sebastião está em avaliação (local e rol de serviços ofertados) pela pasta. Vale ressaltar que a região do Vale do Paraíba já conta com uma unidade da Rede instalada no município de São José dos Campos, que serve de referência aos pacientes do Litoral Norte, e outra está em processo de implantação no município de Taubaté, em parceria com a prefeitura local”, completou a pasta em nota.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Cris Lopes , em RMVale

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.