Lideranças e militantes políticos foram convocados a transmitir a fala de Doria e usar as redes sociais em prol da campanha
Pedro Ivo Prates/Meon
O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, João Doria, comprovou a fama de showman e fez do encontro com lideranças políticas da RMVale um grande espetáculo. O evento aconteceu na última sexta-feira (29) no Espaço Cassiano Ricardo, em São José dos Campos.
Com quase 30 anos de experiência em TV, o ex-prefeito de São Paulo tem domínio do palco, da oratória e das técnicas de marketing. O discurso, em tom messiânico, durou pouco mais de meia hora.
Da história de família como exemplo de superação ao encerramento com o Tema da Vitória, música símbolo do piloto Ayrton Senna, Doria nao desperdiça palavras ou gestos --nada é fortuito.
Ele narrou uma trajetória de sucesso conquistada por méritos pessoais e não fez referência aos adversários na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. O discurso estava mais para candidato à Presidência da República, com críticas centradas no pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ao PT.
“Regimes que propõem o fechamento do Congresso, que querem amordaçar as pessoas, que querem colocar armas no culote de todas as pessoas, esse não é o caminho que queremos, há outros caminhos para melhorar a segurança no campo e na cidade. Não é o caminho do militarismo, nem da força nem do armamento”, disse.
E emendou ataques à ‘extrema esquerda’ e aos governos de Lula e Dilma Rousseff -- "nunca se roubou tanto no país, nunca se praticou tanta desonestidade no Brasil quanto nos governos do PT. Nunca se mentiu tanto, a pior recessão econômica, o maior assalto a maior de todas as estatais brasileiras, que é a Petrobras. Não é isso que desejamos para o nosso país".
Colocou como mérito pessoal a vitória sobre o PT nas eleições para a Prefeitura de São Paulo --ele começou as eleições com 2% das intenções de votos e foi eleito com 53%. “Não fiz campanha de gabinete, nem tomando vinho em restaurante de luxo. Fui guerreiro e passo a passo viramos as eleições”.
Também destacou que seu apoio foi fundamental para a queda do ‘cinturão vermelho’ na região do ABC. “Tive o prazer de ter derrotado o PT do sem vergonha do Lula”, disse.
Doria discursou por cerca de meia hora durante encontro no Espaço Cassiano Ricardo
Pedro Ivo Prates/Meon
SP Blindado
Doria convocou a militância a apoiar Geraldo Alckmin para a Presidência da República. “Ao fazermos uma grande campanha para o Governo do Estado de São Paulo vamos estar ajudando Geraldo Alckmin a se eleger para o segundo turno, e no segundo turno conquistar a Presidência da República do Brasil. E somos nós que faremos isso, não são outras pessoas”, disse.
No entanto, ele disse que São Paulo estará ‘blindado’ caso o tucano não vença as eleições.
“Nós aqui em São Paulo temos a obrigação de defender o Brasil. São Paulo será o bastião da democracia no Brasil. Aqui nem regime totalitário de direita nem regime extremista de esquerda vai tomar conta de São Paulo. Não vamos permitir”, disse.
Durante todo o discurso, apenas em um momento Doria falou sobre proposta para sua eventual gestão: prometeu criar uma Secretaria do Interior para abrir um canal de diálogo com os prefeitos de todas as regiões.
Mas foi o ‘gran finale’ preparado pelo showman que contagiou os cerca de 400 militantes do PSDB e de partidos aliados que acompanhavam o discurso.
“Coloquem os seus celulares no play, façam vídeo, mobilizem, utilizem a capacidade de vocês de sensibilizar outras pessoas (...) Podem gravar minha imagem, eu não tenho medo de andar entre o povo e falar olhando nos olhos de cada um. Porque quem fala a verdade não tem medo, quem fala a verdade tem Deus no coração”, disse o tucano, que desceu do palco e subiu em um pedestal estrategicamente colocado no meio da plateia.
Ali falou sobre o piloto Ayrton Senna, que foi seu amigo pessoal. “Ele lutava todos os domingos para erguer a bandeira do Brasil. Aqui não tem bandeira vermelha, não tem bandeira de Cuba, nem da Venezuela, nem do PT. A nossa bandeira é a bandeira do Brasil, sobe a música porque é nosso orgulho, acelera!”, encerrou o tucano, gritando repetidas vezes o slogan da sua campanha.
Entre os políticos da RMVale que acompanharam Doria, estavam os deputado Eduardo Cury, Hélio Nishimoto, Delegado Olim, Ricardo Tripoli, o ministro Gilberto Kassab e os prefeitos Felicio Ramuth (São José dos Campos), Izaias Santana (Jacareí), Vitão (Paraibuna) e Ana Lucia (São Luiz do Paritinga), entre outros.
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