Por Meon Em RMVale

Estado confirma confusão de laboratório no diagnóstico de malária em Ilhabela

Doença em crianças foi principal indicativo do erro

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Uma contraprova realizada no laboratório referência da Malária

Reprodução/Fundação Florestal do Governo de São Paulo

























O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde do Estado, Marcos Boulos, confirmou, nesta quarta-feira, que não há registro de casos de malária em Ilhabela. Segundo ele, houve uma confusão por parte do laboratório da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), em São José dos Campos.

A contraprova foi feita no laboratório referência da Malária, em São Paulo, onde foi constatado o erro. “Eu estava de férias e quando soube que o caso havia sido registrado em crianças – uma de 4 anos e um bebê de 1 ano e dois meses – percebi que poderia haver alguma erro de diagnóstico”, explicou Boulos.

Isso ocorre porque, conforme ele, o tipo de mosquito encontrado no Estado de São Paulo, o Anopheles, vetor do parasita protozoário Plasmodium vivax, só vive na mata. “Então, é muito difícil uma criança ficar na mata para ser picada por esse mosquito”.
A indução ao erro, como explicou o coordenador, pode ter isso pelo fato de haver poucos registros de malária no estado. O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde informou que até dia 20 de setembro foram seis casos no Estado e 15 no ano de 2017.

“Uma gota de sangue é colocada na lâmina e o exame é feito a olho nu e não havia presença de protozoário na mostra que nos foi enviado, por isso foi descartada a doença”. Ele acrescenta que o exame é rápido e leva menos de 30 minutos para ser feito. “Se há suspeita, até é passado na frente e ao mesmo tempo o município inicia os procedimentos de combate ao mosquito”.

Em relação ao fato das crianças já terem sido medicadas contra a malária, o coordenador de Controle de Doenças tranquiliza os familiares explicando que medicamento funciona como um antiinflamatório. “O máximo que pode acontecer é se tiverem algum outro problema de inflamação o remédio fazer efeito”. Ele disse ainda que não foi possível identificar que tipo de doença as crianças tiveram.

Já em relação ao laboratório que cometeu o erro, Marcos Boulos adiantou que os funcionários devem passar por nova qualificação até porque é um exame de difícil de ser realizado no local, dessa forma, eles ficaram mais atualizados.

Quanto à preocupação da comunidade de Ilhabela de os casos terem sido descartados por conta da chegada da temporada de verão, o que poderia prejudicar o turismo local, Boulos foi enfático em dizer que essa possibilidade não existe até porque a Saúde não poderia ser negligente se fosse positivo.

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